Cuidados para evitar acidentes com animais peçonhentos devem
ser redobrados no período de chuvas
Higiene e limpeza, além de prevenir os peçonhentos também
ajuda a controlar a presença do caramujo africano
REDAÇÃO - JORNALISMO@PORTALAMAZONIA.COM
14/03/2021 20:33 | Atualizado 14/03/2021 20:55
"Um ambiente limpo serve como barreira entre os animais
peçonhentos e as moradias". A recomendação é do biólogo e coordenador do
Setor de Acidentes por Peçonhentos da Secretaria Municipal de Saúde (Semusa),
Edson Cruz, a respeito dos acidentes que podem ocorrer neste período, quando as
chuvas se tornam mais intensas na região amazônica.
A Prefeitura de Porto Velho orienta a população para que
evite contato com animais peçonhentos. Os cuidados são necessários porque a
intensidade das chuvas faz com que escorpiões, aranhas, lacraias, cobras, entre
outros, apareçam nas moradias.
Edson Cruz diz que, durante o período de muitas chuvas, os
animais saem em busca de locais seguros, por isso a população deve prezar pela
limpeza.
Segundo o biólogo, a melhor forma de evitar o contato com
esses animais é manter limpas as áreas próximas às moradias. "O local
sujo, com entulho, vegetação alta, por exemplo, serve como corredor para o
animal chegar até as casas", adverte.
Fotos: Edson Cruz, Raul Pommer e Leandro Morais
Outra orientação dele é evitar deixar restos de comida na
pia durante a noite ou jogar no quintal, pois este material é atrativo para
baratas e ratos que, por conseguinte, atraem escorpiões, aranhas, lacraias e
ratos, sendo que este último pode atrair as serpentes.
"A população tende a usar produtos químicos para tentar
eliminar estes animais, mas este não é o meio correto", adverte o
coordenador do Setor de Acidentes por Peçonhentos da Semusa.
Segundo ele, a prevenção pode ser feita com ações simples do
dia a dia. "Antes de usar roupas, sapatos e toalhas, faça uma observação
atenta. Também é recomendável distanciar as camas em pelo menos 15 centímetros
das paredes. É importante fazer a limpeza embaixo de móveis e eletrodomésticos,
no mínimo, semanalmente. Quem trabalha na zona rural deve, ao remover entulhos
ou fazer jardinagem, usar luvas de couro e botas longas. Tudo isso ajuda a
evitar acidentes com esses animais", recomenda.
Fotos: Edson Cruz, Raul Pommer e Leandro Morais
A higiene e limpeza, além de prevenir os peçonhentos também
ajuda a controlar a presença do caramujo africano e do Aedes Aegypti (dengue,
zika vírus e chikungunya) por causa da água acumulada.
Em 2020, foram registrados no município 171 casos de
acidentes com peçonhentos, sendo 50% por serpentes, aranha (21%), escorpiões
(15,8), lagartas (4%), abelhas (2%), outros (4,7%). Já em 2019, foram 245
ocorrências.
A maioria dos acidentes foi registrada na área rural e
bairros na área urbana. O principal motivo é o desenvolvimento de alguma
atividade com pés ou mãos desprotegidos.
O balanço mostra ainda que na maioria dos acidentes foram
atingidos pés e dedos dos pés, pernas, mão e dedo da mão. "O uso simples
de uma bota de borracha, por exemplo, evitaria cerca de 60% dos acidentes. Já o
uso de luvas evitaria 22% dos acidentes", exemplificou Cruz.
Em 2021 foram registrados 31 acidentes, sendo: serpentes
(17), aranhas (3), escorpiões (7), abelhas (2), outros (2). A primeira orientação
em caso de acidentes é manter-se calmo, lavar o local da picada com água e
sabão. Ainda é recomendado não fazer torniquete e não colocar nada sobre o
ferimento e buscar atendimento médico.
Em Porto Velho, o local de referência é o Centro de Medicina
Tropical de Rondônia (Cemetron). Se possível, o acidentado pode apresentar uma
identificação do animal envolvido, que pode ser foto ou vídeo, desde que não
cause nenhum tipo de risco ou atrase a busca médica. Quando há crianças e
idosos envolvidos, são necessários cuidados redobrados.
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