Apesar de liberação do Canal de Suez, 200 mil animais podem morrer de fome e sede dentro de navios
Após vários dias bloqueando o Canal de Suez, no Egito, o navio de bandeira panamenha, Ever Given, precisou de uma complicada operação de resgate para ser desencalhado, e assim, poder liberar o tráfego de embarcações nessa rota, que concentra 12% do comércio marítimo mundial. Todavia, ainda está longe do fim o sofrimento de cerca de 200 mil animais confinados em outros navios que tiveram sua viagem atrasada e aguardavam passagem.
De acordo com informações da ONG Animals International, os cargueiros partiram da Espanha e da Romênia e têm como principal destino o Oriente Médio. A exportação de animais vivos para a região é comum porque o abate deles precisa ser feito conforme os preceitos da religião islâmica, conhecido como “halal”. Acredita-se que grande parte da “carga” seja de ovelhas e gado.
Mas apesar do desbloqueio do Canal de Suez, as embarcações com os animais ainda estão distantes de seus destinos finais e provavelmente haverá falta de comida e água no caminho.
“Um navio que deixou a Romênia em 16 de março estava programado para chegar à Jordânia no dia 23, mas agora chegará ao porto em 1º de abril, no mínimo. Isso é um atraso de nove dias”, afirmou Gabrile Păun, diretor da Animals International para a Europa ao site EU Observer.
De acordo com a legislação europeia, navios que transportam animais vivos precisam carregar 25% mais comida do que o planejado para viagens em caso de atrasos, mas entidades de proteção animal revelam que isso raramente acontece.
A Romênia é um dos maiores exportadores de ovelhas vivas da Europa. Em 2019, cerca de 14 mil desses animais que foram enviadas desse país para a Arábia Saudita morreram quando um navio naufragou parcialmente. As equipes de resgate só conseguiram salvar pouco mais de 200 delas.
Essa nova tragédia acontece poucas semanas após centenas de bois que ficaram confinados mais de dois meses em navios no Mar Mediterrâneo precisaram ser sacrificados. É por isso que várias organizações internacionais pedem o fim da exportação de animais vivos.
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Foto: divulgação Animals International
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