Após pouco mais de um mês, tartaruga resgatada e que tinha plástico no estômago, é devolvida ao mar em Santa Catarina
Em meados de junho, como contei nesta outra reportagem, uma tartaruga-verde (Chelonia mydas) foi encontrada perto da Beira Mar de São José, na divisa de Florianópolis, em Santa Catarina. O animal, que estava bastante debilitado, foi levado pela organização R3 Animal para a sede do Projeto Tamar na região.
A tartaruga era um indivíduo juvenil e apresentava um lesão linear na base da nadadeira anterior direita, compatível com ferimento causado por rede de emalhe. Além disso, por diversos dias seguidos, o animal defecou uma grande quantidade de plástico: fios de nylon, barbantes e um pedaço de uma tampa de garrafa PET. Suspeitava-se ainda que, por ter ficado presa na rede de pesca, poderia ter se afogado e engolido água, o que poderia causar uma pneumonia.
“Por causa dos resíduos plásticos, o animal ficou em observação até que todos eles fossem eliminados nas fezes, pois existe o risco de obstrução intestinal por corpo estranho e a necessidade de intervenção clínica ou cirúrgica”, explica Joyce Bitencourt, veterinária do Tamar.
Mas felizmente a tartaruga reagiu bem ao tratamento e esta semana chegou a hora de devolvê-la ao mar. Há dois dias o animal foi levado para uma praia e solto na beira da água.
“A soltura é um dos momentos mais marcantes para quem trabalha com resgate e reabilitação de animais marinhos. Saber que aquela vida salva poderá retornar saudável à natureza é um sentimento de missão cumprida”, celebrou a equipe da R3 Animal.
Moradores locais acompanham o momento do retorno da tartaruga ao mar
Em novembro do ano passado, a R3 Animal também resgatou um lobo-marinho que tinha resíduos plásticos no estômago (após um mês e meio de reabilitação ele foi devolvido ao mar: leia mais aqui).
Como já tinha escrito no meu texto anterior, casos como esses ocorridos em Santa Catarina – dois entre os milhões que acontecem todo os dias no planeta -, são mais um alerta de como são urgentes ações para proteger nossos oceanos e reduzir a produção da indústria de plástico.
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*Caso você aviste um mamífero, ave ou tartaruga marinha debilitada ou morta na praia, no Paraná, Santa Catarina ou São Paulo, ligue para o Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS), no telefone 0800 642 3341. No Rio de Janeiro o número é 0800 9995151. Sua ajuda é fundamental para salvar vidas!
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Fotos: Nilson Coelho/R3 Animal
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