Após viagem ao Pantanal pra conhecer de perto projeto de conservação, Richarlison adota onça-pintada
Apesar de ser considerado um dos maiores jogadores brasileiros de futebol da atualidade e ter sido comprado pelo time inglês Tottenham pelo valor de 60 milhões de libras (cerca de R$ 380 milhões), Richarlison não esquece de seu começo de vida humilde em Nova Venécia, no Espírito Santo, onde nasceu. Sempre que pode volta à cidade e no seu tempo livre aproveita para descansar fazendo atividades simples, como passear de barco no rio com os primos mais novos.
Aos 25 anos, Richarlison tem se destacado não apenas pelo seu enorme talento em campo, mas por usar sua voz para chamar a atenção dos brasileiros sobre assuntos importantes. Com 5,8 milhões de seguidores no Instagram, 4 milhões no Facebook e mais de 500 mil tanto no Twitter como no Tiktok, ele tem plena consciência de que, como uma figura pública, também possui um papel social.
No passado, o jogador já usou suas redes sociais para falar sobre racismo, política, eleições, desigualdade social e durante toda a pandemia da covid defendeu a ciência, a vacinação e o uso de máscaras.
Quando incêndios devastadores queimaram 30% do Pantanal em 2020, Richarlison também se pronunciou. Cobrou medidas mais eficientes de combate ao fogo. O atleta tinha visitado a região um ano antes.
Agora em 2022, novamente Richarlison esteve por lá. Durante uma rápida viagem, foi conhecer de perto o trabalho do Onçafari, que ao aliar ecoturismo e pesquisa científica, trabalha pela preservação da onça-pintada, o maior felino das Américas (não por acaso, a Nike é patrocinadora da Seleção Brasileira de Futebol e a nova camisa da equipe é inspirada na onça).
“Além de aprender sobre a inspiração da nossa nova camisa da seleção, a experiência foi tão massa que resolvi adotar simbolicamente uma onça que vai se chamar Acerola. O Acerola continuará vivendo lá com outras onças e animais, de forma livre, mas também monitorado pela ONG como parte de um estudo para entender melhor o comportamento da espécie e ajudar a preservá-la. Espero voltar em breve ao Pantanal e dar um salve pro Acerola”, escreveu o atacante em suas redes sociais.
Richarlison decidiu batizar a onça que avistou de Acerola por causa do personagem interpretado pelo ator Douglas Silva, no seriado “Cidade dos Homens”, que tem como tema a vida de dois adolescentes numa comunidade carente do Rio de Janeiro. Em casa, o jogador tem dois cães, que se chamam Acerola e Laranjinha.
O jogador ficou encantado porque conseguiu ver não apenas uma,
mas duas onças-pintadas na natureza
O Conexão Planeta fez uma breve entrevista com Richarlison sobre sua viagem ao Pantanal, que você confere a seguir:
Essa foi tua primeira visita ao Pantanal? Quais tuas impressões de lá? E por que você decidiu visitar?
Na verdade, eu já tinha visitado antes, em 2019. Tinha ido passar uns dias por lá, fiquei numa aldeia e até joguei bola com os índios. Daquela vez fui com meus amigos e achei um lugar fantástico. Agora tive a oportunidade de voltar e, apesar de ter sido rápido, foi uma experiência muito legal.
O que mais te impressionou no Pantanal?
Difícil escolher só uma coisa, mas acho que como funciona a natureza, os animais, enfim. É muito impressionante como as coisas precisam estar em sintonia pra que todas as espécies estejam bem e para que elas sobrevivam. Por isso a necessidade de preservarmos.
No passado, você já tinha usado tuas redes sociais para chamar a atenção sobre o bioma, na época dos incêndios. Você acha importante atletas e celebridades usarem sua voz para falar sobre problemas ambientais e sociais?
Acho que nós temos audiência, temos uma representatividade e é importante usar isso para falar de coisas que façam realmente a diferença para as pessoas. Eu tenho usado as minhas redes sociais e minhas aparições na mídia pra alertar as pessoas de alguns problemas e acho que é importante, sim. Mas a pessoa precisa se sentir confortável com isso e não se incomodar com os ‘haters’, porque isso tem aos montes.
Você conseguiu afinal avistar um onça-pintada?
Consegui, sim! Ficamos rodando quase duas horas até que conseguimos encontrar com uma. Um pouco depois ainda encontramos uma outra, que estava deitada numa árvore toda esticada, se escondendo do sol. Foi muito legal, é um animal muito imponente e ainda mais bonito quando a gente vê de perto.
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