quinta-feira, 15 de setembro de 2022

Em apenas dez dias, segundo incêndio atinge o Parque Nacional de Brasília: 10% da unidade de conservação já foi queimada

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Em apenas dez dias, segundo incêndio atinge o Parque Nacional de Brasília: 10% da unidade de conservação já foi queimada

Em apenas dez dias, segundo incêndio atinge o Parque Nacional de Brasília: 10% da unidade de conservação já foi queimada

Distrito Federal enfrenta uma das piores secas de sua história. Há 130 dias não chove na região da capital federal e na quarta-feira (14/09) foi registrado o quarto dia seguido com recorde de calor, que chegou a 35,2ºC. A umidade do ar ficou em 11%. O resultado disso é não apenas a péssima qualidade do ar e o aumento de problemas de saúde entre a população, mas também, os riscos maiores de queimadas. É o que vem acontecendo no Parque Nacional de Brasília, que em apenas dois dias, já enfrenta o segundo incêndio.

O primeiro deles ocorreu no começo de setembro nessa que é uma importante Unidade de Conservação (UC) do Cerrado brasileiro. No incêndio que atingiu o parque há dez dias, segundo o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) foram destruídos 4 mil hectares de vegetação.

O fogo acabou sendo controlado pelos brigadistas e equipes do Corpo de Bombeiros, mas esta semana o parque voltou a queimar. Uma aeronave está sobrevoando o local para monitorar as áreas do incêndio e ajudar as equipes em terra a combater as chamas.

De acordo com o ICMBio, a área sendo destruída agora é maior que a devastada anteriormente e 10% do parque já foi queimado.

Imagem divulgada pelo Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal

O Parque Nacional de Brasília foi criado em 1961, um ano após a inauguração da capital, e abrange uma área de pouco mais de 40 mil hectares. Essa unidade de conservação abriga diversas espécies ameaçadas de extinção da fauna brasileira, entre elas, o tico-tico-do-mato (Coryphaspiza melanotis), o gato-maracajá (Leopardus pardalis mitis), o tamanduá-bandeira (Myrmecophaga tridactyla) e o tatu-canastra (Priodontes maximus).

Outras regiões do Brasil também estão sofrendo com a falta de chuvas e os incêndios florestais. O Parque Estadual Cristalino I e II, entre os municípios de Alta Floresta e Novo Mundo, ao norte do Mato Grosso, já perdeu mais de 5 mil hectares. O fogo começou em meados de agosto, numa área de 800 hectares e rapidamente se alastrou (leia mais aqui).

E enquanto importantes hotspots da biodiversidade brasileira queimam, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) tinha usado até o início de setembro somente 37% do orçamento para prevenção e controle de incêndios em 2022, denunciou o Observatório do Clima.

*Com informações dos sites do ICMBio, Correio Braziliense e G1.

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Foto de abertura: Wilson Dias/Agência Brasil/Fotos Públicas

Um comentário:

Anônimo disse...

Na minha opinião a maioria desses incêndios são criminosos promovidos por invasores que querem ter suas invasões regularizadas mas são impedidos por leis de proteção ambiental. Põem fogo então nas florestas e vem depois com a conversa de que a área "já está degradada mesmo...Já não tem mais nada para preservar" ...ou por criadores de gado ou agricultores que querem expandir suas áreas de cultivo ou de pasto mas que são impedidos por essas florestas "chatas", cheias de passarinhos comedores de sementes.

Há alguns meses um agricultor me confessou que, se fosse por ele, todos os passarinhos do mundo seriam extintos. Aposto que sonho semelhante deve embalar as noites dos pecuaristas...para eles um mundo ideal é aquele sem florestas, apenas com muito mato para o gado pastar...Para esse tipo de gente o mato é benéfico pois além de alimentar o gado é o maior inimigo das florestas. O mato é altamente inflamável o que é de extrema utilidade quando se pretende queimar florestas.