quinta-feira, 22 de setembro de 2022

Em apenas um ano, aumenta em 40% mancha de poluição do maior rio paulista, o Tietê

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Em apenas um ano, aumenta em 40% mancha de poluição do maior rio paulista, o Tietê

Em apenas um ano, aumenta em 40% mancha de poluição do maior rio paulista, o Tietê

Por décadas, o maior rio da capital de São Paulo é um símbolo do descaso de governantes com o meio ambiente da cidade. O Tietê corta o estado por 1.100 km, desde a nascente, em Salesópolis, à foz do rio Paraná, em Itapura. Entra governo e sai governo, sempre há promessas de limpá-lo e recuperá-lo, mas nada é feito para tal. Não há realmente esforços reais e investimento robusto para que seja possível permitir que haja vida novamente nele, algo que pode ser feito e já aconteceu em outras grandes capitais, como é o caso do Tâmisa, em Londres (leia mais aqui).

E mais uma vez, a Fundação SOS Mata Atlântica traz a público números que são prova dessa tragédia. A organização divulgou nesta quinta-feira (22/09), data em que se “celebra” ou pelo menos, devíamos comemorar o “Dia do Rio Tietê”, o resultado de um monitoramento que realiza anualmente em diversos trechos do rio. O fato é que, apenas em um ano, entre setembro de 2021 e agosto de 2022, a mancha de poluição aumentou 40%, atingindo 122 km.

A área analisada compreende 576 km, desde a nascente até a jusante da eclusa do Reservatório de Barra Bonita. 

Segundo o relatório Observando o Tietê 2022, a água de boa qualidade foi reduzida numa proporção ainda maior: de 124 km no ano passado para apenas 60 km na atual medição. Essa condição é percebida sobretudo em regiões do interior do estado.

“O uso mais intensivo da terra, com perda de matas ciliares,  pode causar grandes impactos para a qualidade da água da bacia do Tietê. O maior revolvimento do solo para os plantios e o uso mais intenso de fertilizantes e agrotóxicos para as culturas agrícolas têm implicado em grande produção de sedimentos que atingem os rios e que carregam consigo nutrientes e poluentes, que formam algas e consomem o oxigênio dissolvido da água”, alerta Gustavo Veronesi, coordenador do programa Observando os Rios, da SOS Mata Atlântica.

O levantamento revela que, em 2021, nos 53 pontos avaliados, 11,3% aparecem com índice bom, 67,9% regular, 13,2% ruim e 7,5% péssimo.

Um passo fundamental para a melhoria da qualidade de vida do Tietê é garantir o acesso universal ao saneamento à toda população do estado.

“Os esforços para o incremento do saneamento na Grande São Paulo precisam ser expandidos para os demais municípios a fim de garantir a saúde da população e a qualidade da água ao longo de toda a bacia”, ressalta Veronesi.

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Foto de abertura: Marcelo Argona / SOSMA

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