quarta-feira, 14 de dezembro de 2022

Apenas 10 atores financeiros são a chave para enfrentar mudanças climáticas

 

Apenas 10 atores financeiros são a chave para enfrentar mudanças climáticas

Redação do Site Inovação Tecnológica - 07/09/2022

Para enfrentar as mudanças climáticas basta convencer 10 atores financeiros
O poder decisório da indústria de combustíveis fósseis está incrivelmente concentrado.
[Imagem: Gerd Altmann/Pixabay]

ocando em quem decide

Um relatório preparado por pesquisadores da Universidade de Waterloo, no Canadá, identificou os 10 atores financeiros com maior influência na economia dos combustíveis fósseis e descreve o papel decisivo que eles podem desempenhar para ajudar a descarbonizar nosso futuro.

O estudo descobriu que os 10 atores mais influentes, incluindo consultores de investimentos, governos e fundos soberanos de todo o mundo, possuem controle sobre 49,5% das emissões potenciais das maiores empresas de energia do mundo.

"Isso nos mostra que os investidores e os governos podem estar na vanguarda da mudança se cidadãos e clientes os incentivarem a descarbonizar," disse o professor Truzaar Dordi. "Um número concentrado de investidores com potencial para influenciar a trajetória da indústria de combustíveis fósseis é um problema ou uma oportunidade, dependendo de como você vê as coisas."

Para chegar à lista, os pesquisadores usaram um novo mecanismo de pontuação que combina as participações e os investimentos em combustíveis fósseis dos atores financeiros nas 200 maiores empresas de combustíveis fósseis do mundo.

"Se eles agirem seriamente a respeito, os mercados de capitais podem permitir uma transição para uma economia de baixo carbono entre os principais proprietários de reservas de carvão, petróleo e gás do mundo," disse Dordi. "As promessas recentes de reduzir a exposição ao carbono em portfólios de investimento e o envolvimento com a indústria de combustíveis fósseis indicam que já podemos estar caminhando nessa direção."

10 maiores dos combustíveis fósseis

Apenas 200 empresas atualmente possuem 42,98% das reservas globais de combustíveis fósseis na forma de petróleo, gás ou carvão.

Para direcionar os esforços de descarbonização e chegar a soluções efetivas, os pesquisadores então se propuseram a responder à questão básica: Quem são os donos dessas 200 empresas?

Usando informações disponíveis nos mercados de capitais ao redor do mundo, a equipe então mapeou a estrutura de controle de 68 participações acionárias naquelas 200 empresas e identificou os acionistas que têm a maior influência potencial na governança corporativa dessas empresas.

"Nós descobrimos que os dez proprietários com maior influência sobre o uso futuro das reservas de combustíveis fósseis são gestores de investimento (Blackrock, Vanguard, State Street, Dimensional, Life Insurance Corp, FMR e Capital Group), bem como governos (Índia, Arábia Saudita e Noruega). Esses dez atores têm o maior potencial para influenciar os mercados de ações e a trajetória para uma transição sustentável na indústria de combustíveis fósseis," diz o relatório.

A ideia básica da equipe é que esses 10 governos e consultores de investimento privado podem fazer mudanças que terão um impacto transformador na luta contra as mudanças climáticas.

Algumas recomendações incluem a divulgação pública de uma eliminação programada do financiamento aos combustíveis fósseis, uma avaliação da exposição de uma carteira ao risco climático em um mundo de 2 °C mais quente e um alinhamento das carteiras de investimento com um cenário de 1,5 °C mais quente.

"Individualmente, reduzir a demanda por combustíveis fósseis dirigindo e voando menos e desligando o ar-condicionado é ótimo. Devemos continuar fazendo isso. Mas também precisamos reduzir nossa produção de combustíveis fósseis, que esses 10 atores podem liderar. Sem eles, nós simplesmente não teremos o que é preciso para alcançar nossas metas de emissões e evitar uma catástrofe," concluiu Dordi.

Bibliografia:

Artigo: Ten financial actors can accelerate a transition away from fossil fuels
Autores: Truzaar Dordi, Sebastian A. Gehricke, Alain Naef, Olaf Weber
Revista: Environmental Innovation and Societal Transitions
Vol.: 44: 60
DOI: 10.1016/j.eist.2022.05.006


Nenhum comentário: