16 de
dezembro, 2013 blogs.maiscomunidade.com/blogdocallado
Educação
ambiental e uso racional da água são os focos do programa
O
programa “Adasa na Escola”, que leva informações sobre educação ambiental e uso
racional da água para estudantes da educação infantil e do ensino fundamental
da rede pública de Educação, já atendeu 46 mil alunos de 164 escolas do DF,
desde 2010, quando foi implantado.
Segundo o
regulador de serviços públicos da Adasa, Miguel de Freitas Sartori, o programa
oferece uma conscientização de hábitos sustentáveis. “Se a criança começa a ser
conscientizada desde cedo, a chance de ser um adulto consciente é muito maior.
Além de levar os conhecimentos para a família, pois eles chegam em casa falando
o que aprenderam e cobram que os pais sigam, além do material que também é
levado para casa”.
Além dos
alunos, 900 professores da rede pública receberam informações e material sobre
os temas oferecidos.
O
programa estabelece um calendário de visitação às escolas públicas, mas as
escolas privadas podem solicitar o atendimento. “A escola pode nos convidar e
nós iremos. Já fomos a diversas escolas privadas e até a grupos de escoteiros”,
afirmou Sartori.
A
proposta para 2014 é alcançar no mínimo 20 mil estudantes, e 900 professores,
em 50 escolas, com um foco mais abrangente de informações. Além da educação
hídrica, a Adasa pretende apresentar palestras sobre coleta seletiva de lixo e
destinação correta dos resíduos sólidos.
A Adasa
adquiriu, por meio da Editora Abril, a licença de uso de publicações sobre água
na Revista Escola. Com isso, a Adasa levará a professores e técnicos uma gama
mais substanciosa de material pedagógico sobre o tema.
O acordo
contempla planos de aulas referentes aos temas: água no cotidiano, a oferta de
água no planeta, o uso da água, o consumo consciente da água, o reuso da água.
Outra
novidade para o próximo ano será a participação de uma equipe de teatro, que
visitará as escolas após as palestras técnicas, apresentando de forma lúdica as
práticas sobre o uso racional da água.
Em
parceria com o Comitê da Bacia Hidrográfica do Paranoá, a Adasa pretende
implantar nas escolas da região comitês mirins escolares, para aumentar a
difusão das práticas hídricas recomendáveis.
Nos
últimos meses, os técnicos responsáveis pelo programa distribuíram milhares de
cartilhas, squeezes, mochilas e folders sobre as diversas ações da Adasa para
as turmas visitadas".
Enquanto
as crianças são "conscientizadas", o governo, mais uma vez mostra não
ter consciência promovendo o adensamento
habitacional das margens do Lago através do PPCUB, destruindo nascentes, soterrando os mananciais e
impermeabilizando as APPS (Áreas de proteção permanente).Quando será que nossos governantes serão educados?
Expansão urbana ameaça Lago Paranoá, que já perdeu 15% do volume total
O Lago Paranoá ameniza a baixa
umidade, proporciona lazer aos brasilienses e ainda é uma fonte de
sobrevivência para pescadores. Apesar da enorme importância do espelho d´ água
para a vida na capital federal, o reservatório artificial sofre um processo
acelerado de assoreamento, o que pode comprometer a qualidade da água e até
mesmo os diversos usos do lago. Desde a sua criação, o Paranoá perdeu 15% do
volume total, segundo estimativas da Secretaria de Meio Ambiente.
A expansão urbana sem controle é
uma das causas do problema. Mas até mesmo a construção de bairros planejados,
como o Setor Noroeste, contribui para o carregamento de sedimentos para o
espelho d´ água. Parte da terra retirada do solo para a construção de garagens
subterrâneas, por exemplo, acaba no lago. Próximo à Ponte do Braguetto, no fim
da Asa Norte, é possível ver os efeitos negativos: o lago está cada vez mais
raso, e a água, mais escura e lamacenta.
No
Setor Noroeste, a falta de
controle da terra removida durante a construção dos edifícios preocupa o
Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, que, no ano
passado, embargou todas as obras do bairro por conta desse problema. Mas
as obras nunca
pararam. Além de chegar ao reservatório por meio das redes de águas pluviais,
essa terra também acaba arrastada até o Ribeirão Bananal, um dos mais
importantes afluentes do Paranoá. A gravidade do problema é reconhecida até
mesmo dentro do GDF, responsável pelas obras do conjunto habitacional.
O Correio teve acesso a um
relatório da Caesb que trata sobre o assunto. Segundo o documento oficial, foi
verificado um grande crescimento da área assoreada, com a consolidação da
vegetação em uma larga faixa antes ocupada pelo lago, ao lado do local de
descarga de águas pluviais provenientes do Setor Habitacional Noroeste. Essa
alteração, em um espaço de tempo em torno de um ano, mostra o preocupante
processo de assoreamento do braço norte do Lago Paranoá com o início das obras
do Noroeste, complementa o relatório.
O superintendente de Meio
Ambiente e Recursos Hídricos da Caesb, Maurício Luduvice, conta que o processo
acelerado de assoreamento, tanto no braço do Riacho Fundo quanto na região norte
do lago, chama a atenção. Segundo ele, esse processo pode comprometer o lago e
atrapalhar o uso múltiplo, como a navegação e a recreação. Hoje, temos licença
de instalação para fazer a captação de água no Ribeirão Bananal, mas o assoreamento
pode comprometer o trabalho. A massa líquida do lago está sendo reduzida,
afirma Maurício.
Ele alerta para a importância de
aumentar o controle da movimentação de terra nas obras espalhadas pela cidade. Com
a retirada de cobertura vegetal, o solo fica exposto, e a água da chuva acaba
carregando o material para o lago. Temos alertado para o problema causado pelas
obras próximas ao braço norte, não somente as do Setor Noroeste, mas todas as
outras. É preciso ter cuidado para evitar o carregamento do material
sedimentado porque ele vai parar dentro da bacia do Lago Paranoá, que é o
receptor de todas as águas pluviais, acrescenta Luduvice.
"Mais lamacenta"
O Ministério Público do DF e
Territórios acompanha com preocupação as discussões sobre o caso. Para o órgão,
o problema foi agravado porque a construção de prédios e da infraestrutura do
Noroeste foi autorizada antes da conclusão do sistema de drenagem da área. A
promotora de Defesa da Ordem Urbanística, Marisa Isar, teve acesso a levantamentos
que mostram que a implantação do setor causou no Lago Paranoá, em um ano,
impacto equivalente a 50 anos de depósito de material em suspensão nesse corpo
hídrico. Segundo nota enviada ao Correio pela promotora, o MP entende que é
inadmissível que o Setor Noroeste, apresentado como um bairro ecológico e
sustentável, cause impacto tão grande ao meio ambiente e à qualidade de vida da
sociedade.
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