domingo, 21 de setembro de 2014

Aliados admitem que Aécio não atingirá votação prevista em MG

Política


Sem liderar as pesquisas em seu Estado natal, o candidato do PSDB à Presidência refaz as contas para chegar ao segundo turno

Acompanhado do candidato a governador Pimenta da Veiga, Aécio Neves faz comício de campanha em Belo Horizonte, MG - 19/09/2014
Acompanhado do candidato a governador Pimenta da Veiga, Aécio Neves faz comício de campanha em Belo Horizonte, MG - 19/09/2014 
 
Sem liderar as pesquisas em seu Estado natal, o candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves, refaz as contas para chegar ao segundo turno. Aliados mineiros do senador ouvidos pela Agência Estado, como o presidente do PSDB mineiro, Marcus Pestana, admitem que não será possível atingir a votação prevista anteriormente para o Estado. 


A intenção sempre foi abrir grande vantagem sobre Dilma Rousseff em Minas - segundo maior colégio eleitoral do país e governado pelo PSDB há doze anos - para garantir as chances na votação nacional.

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"Não é possível, mudou o cenário, é outra eleição. A previsão era com o Eduardo (Campos) na disputa, ele teria em Minas o que o Aécio tem em Pernambuco (3%)", justifica Pestana, que lembra que Marina venceu em Belo Horizonte nas eleições de 2010. 


Mesmo com a recuperação nas últimas pesquisas, os números ainda são modestos se comparados com os planos feitos pelos tucanos. A última pesquisa Datafolha no Estado mostra Aécio com 26%, enquanto Marina Silva tem 25% e Dilma 33%. 


O Ibope desta semana mostra um quadro um pouco melhor para o ex-governador de Minas, que aparece com 29%, atrás apenas de Dilma (33%); Marina tem 22%.

No primeiro semestre de 2014, era comum ouvir de tucanos mineiros que o Estado - principal vitrine de Aécio e que foi governado pelo PSDB por 16 anos nas últimas duas décadas - era o trunfo para a vitória do neto de Tancredo. Projetava-se uma diferença de 3 milhões de votos para Dilma Rousseff, que significa cerca de 20% dos mais de 15 milhões de eleitores.
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Mais que governar, Aécio venceu em Minas três eleições de forma arrebatadora. Duas vitórias no primeiro turno para o governo do Estado - com 57% e 77% dos votos - e uma eleição para o Senado, quando Aécio teve 7,5 milhões de votos e ele elegeu também seu aliado Itamar Franco, deixando o petista Fernando Pimentel fora da disputa. 


"Ele superestimou a capacidade dele em Minas, subestimou a capacidade do próprio governo e não olhou adequadamente para 2012. A eleição de 2012 já mostrava sinais de desgaste, o PSDB perdeu prefeituras importantes no Estado", explica o cientista político.


A esperança do PSDB no Estado é que a reação esboçada por Aécio nas últimas pesquisas em território nacional traga de volta para o tucano, oposição mais tradicional ao PT, os eleitores que migraram para Marina Silva no chamado voto útil. "Há um sentimento majoritário em Minas contra o PT. Quando a Marina despontou em segundo lugar, as pessoas migraram", afirma Pestana, que tem a esperança de que uma reação de Aécio traga de volta para o tucano, oposição mais tradicional ao PT, os que migraram para Marina no chamado voto útil.


Desde que perdeu espaço para Marina Silva, Aécio passou a se dedicar mais a Minas Gerais. Sua presença no Estado e no programa eleitoral de Pimenta da Veiga se intensificaram e sua irmã, Andréa Neves, considerada estrategista importante para os tucanos, passou a se dedicar mais ao Estado.

 "Agora o Aécio está mais presente no programa do Pimenta, nas publicidades do Pimenta e do Anastasia. Há um momento novo e, dependendo das próximas pesquisas, na hora que o pessoal perceber a chance da virada do Aécio, isso vai ser uma grande motivação aqui em Minas", disse Pestana.
(Com Estadão Conteúdo)
 


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