Cidade
Disputa explosiva
Moradores do Lago Sul rejeitam posto de combustível na QL 10
Comunidade engajada: faixa de protesto contra a obra no canteiro central da DF-025 (Foto: Roberto Castro)
A construção de um posto de combustível da Petrobras na QL 10 do Lago Sul está tirando o sono dos
moradores das mansões do nobre endereço. Liderada pelos empresários
Osório Adriano e Natanry Osório, a comunidade local vem organizando
reuniões semanais para barrar o empreendimento, situado no canteiro
central da DF-025.
No último encontro, ocorrido no dia 14, um grupo de
doze vizinhos decidiu pressionar a Administração do Lago Sul para não
aprovar o projeto. No sábado (23), eles ainda fincariam uma faixa de
protesto no terreno de 1 200 metros quadrados de propriedade da estatal.
Segundo comunicado feito na reunião, estão dispostos até a bater na
porta do gabinete do governador Agnelo Queiroz, se for preciso. “Já
temos postos demais no bairro. Se esse surgir, a distância entre ele e o
mais próximo será de apenas 400 metros”, queixa-se Natanry, que foi
administradora do Lago Sul entre 2003 e 2006.
Ao elencarem os problemas que um posto traz para o
bairro, os moradores do Lago Sul destacam a baderna causada por jovens
que passam a madrugada bebendo na loja de conveniência e o risco de
assaltos. Sobra reclamação até para as mulheres bonitas que promovem
marcas de óleo nas manhãs de sábado. “Elas são lindas, mas ficam
praticamente com os peitos de fora para seduzir os motoristas”, diz
Adriano.
Já Natanry é mais enérgica na hora de se manifestar.
“Precisamos tomar providências imediatas. Não importa quem seja o
interessado. Vamos buscar a imprensa pesada”, escreveu em um e-mail
enviado ao grupo de moradores do Lago Sul.
Os reclamantes ainda consideram estranho o fato de o vencedor da
concessão do posto da Petrobras ser um estudante de 19 anos. Chama-se
Pedro Alvares da Silva Zebral. Ele vai entrar com 95% da verba do
empreendimento, que tem custo total de 200 000 reais. Seu sócio, Marcelo Carlos Junqueira, investirá somente 10 000 reais, mas diz que já foram gastos 50 000 apenas no projeto e em obras de avaliação de solo, além de pedidos oficiais
de licença de funcionamento.
“Não vamos desistir desse posto porque
ganhamos uma licitação pública”, avisa Junqueira. “Meu filho recebeu
500 000 reais da mãe e decidiu montar o próprio negócio. Está tudo na
declaração de renda dele”, explica o pai do cabeça do projeto, Helder
Zebral.
Ele acusa Adriano de liderar o movimento por medo da
concorrência, em razão de este ter uma rede de postos na sua extensa
lista de empresas. “O meu estabelecimento mais próximo fica na Avenida
das Nações. Ou seja, não concorreríamos diretamente”, rebate Adriano,
também dono de uma das maiores fortunas do Distrito Federal. O futuro da disputa promete não ser nada chique.
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