(Folha) O grupo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pressiona Dilma
Rousseff a fechar, até a próxima semana, a reformulação de seu
ministério para pôr fim à guerra entre governo e PMDB. Segundo interlocutores de Lula e Dilma, a presidente deveria entregar
imediatamente a articulação política a um peemedebista para envolver o
partido de seu vice, Michel Temer, no comando das negociações do ajuste
fiscal. São citados dois candidatos ao posto, hoje nas mãos do ministro Pepe
Vargas (Relações Institucionais): o ex-deputado Henrique Eduardo Alves
(PMDB-RN) e o ministro Eliseu Padilha (Aviação Civil), peemedebista
gaúcho.
Em reunião nesta semana, Lula avaliou com seu grupo de interlocutores
que Dilma precisa compreender que a crise atual é mais política do que
econômica, e que a solução passa por uma rápida composição com o PMDB.
Para Lula, tão logo o governo volte a se acertar com o comando
peemedebista, a crise econômica começará a ser equacionada com a
aprovação do ajuste fiscal. Lulistas avaliam que Dilma errou ao acertar a
nomeação de Henrique
Eduardo Alves para o Ministério do Turismo sem definir a situação do
presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), fiador do atual titular
da pasta, o alagoano Vinicius Lages.
Um interlocutor de Lula classificou de "ingenuidade" do Planalto a
orientação de que cabia ao PMDB se acertar internamente para ela nomear
Alves para o Turismo. Segundo assessores presidenciais, mudar o destino
de Alves poderia ser a
solução, nomeando-o para o comando da articulação política. Lula e seu
grupo defendem uma solução rápida para a crise com o PMDB
porque, na próxima semana, serão discutidos no Congresso temas com
impacto direto nas contas da União.
O governo quer que o Senado confirme o adiamento da discussão da
renegociação das dívidas dos Estados e municípios com a União. Há ainda a
ameaça de Renan de avançar com proposta que dá autonomia ao Banco
Central, além de projeto com mudanças no ICMS, principal imposto cobrado
pelos Estados. Já a Câmara pode decidir se eleva de R$ 380 milhões para R$ 2 bilhões os gastos previstos com funcionalismo.
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