Pugilato em país estrangeiro: exportação cubana. |
Curto e
grosso: América democrática, só os EUA. O resto, com alguma exceção,
patina no populismo mais retrógrado. A cúpula das Américas nem merece o
nome: na verdade, é uma cópula entre ditaduras:
Com medo
de que dissidentes políticos ganhassem voz no Panamá durante a VII
Cúpula das Américas, a ditadura dos irmãos Castro enviou ao país grupos
de repressão.
Em Cuba,
eles são conhecidos pelo nome de Brigadas de Resposta Rápida. São os
mesmos que atacam os cubanos que ameaçam fazer demonstrações pacíficas
na ilha.
No
Panamá, eles agrediram cubanos e pessoas de outros países, como
Nicarágua e Argentina, que se dispuseram a participar das mesas de
trabalho com os dissidentes.
Os grupos
de discussão foram desmontados por grupos violentos do governo cubano e
venezuelano. Eles começaram a gritar e a dizer que não haveria reunião.
Eram umas vinte pessoas", diz a dissidente Rosa Maria Payá, que
participava de uma mesa de trabalho sobre Participação Cidadã. Rosa é
filha do opositor Oswaldo Payá, que morreu há dois anos em um suposto
atentado perpetrado pelo governo em Havana.
Rosa e os
demais participantes tentaram encontrar outro lugar para seguir o
trabalho. "Não foi fácil. Eles parecem ter acesso a todas as salas. Ou a
segurança simplesmente os deixou passar. Eles não se moviam", diz Rosa.
Segundo ela, os baderneiros enviados pelo governo bateram em todos que
tentavam entrar nos fóruns, inclusive nas mulheres.
A
violência contra os dissidentes não aconteceu apenas a portas fechadas.
Na quarta-feira, 8, castristas dispersaram a pancadas uma manifestação
pacífica do grupo opositor Aliança da Resistência Cubana em frente ao
busto de José Martí, próximo à embaixada de Cuba. Após alguns minutos,
enquanto gritavam palavras como "liberdade" e "Cuba livre", foram
confrontados por apoiadores do regime cubano, que já esperavam à
espreita.
Testemunhas
ouvidas por VEJA afirmam que o governo panamenho compactua com a
repressão. Todos os doze detidos no conflito de quarta-feira eram
dissidentes. Ao chegar ao Panamá, opositores de Havana foram
identificados, interrogados e ameaçados. Ao aterrissar, Rosa foi detida
por agentes da imigração que a ameaçaram de deportação caso ela
participasse de manifestações ou levasse algum tipo de banner. O mesmo
aconteceu com pelo menos outros cinco dissidentes cubanos. "Isso é um
exemplo do que se vê nas ruas de Havana. Cuba começou a exportar o
regime da repressão até para países democráticos como o Panamá", diz a
cubana especialista em direitos humanos Maria Werlau, diretora da ONG
Cuba Archive, nos Estados Unidos. (Veja.com).
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