O ex-presidente Fernando Collor (com seu ar, digamos, sempre iluminado) e
o presidente do Senado, Renan Calheiros, estão na mira dos
investigadores. Uma água de coco pra eles, por favor:
Investigadores encaminharam ao Supremo Tribunal Federal (STF) pedido
para quebrar o sigilo bancário em inquéritos dos quais são alvo o
presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), o senador Fernando
Collor (PTB-AL), o deputado federal Aníbal Gomes (PMDB-CE) e o
ex-deputado do PP João Pizzolatti, investigados por suposta participação
no esquema de corrupção e pagamento de propina envolvendo a Petrobrás
deflagrado pela Operação Lava Jato.
O departamento da Polícia Federal que cuida dos inquéritos que correm
no Tribunal enviou as solicitações ao ministro Teori Zavascki, relator
da Lava Jato no Supremo, no último dia 7. Os pedidos foram protocolados
em segredo de justiça e de forma separada dos inquéritos nos quais os
políticos são investigados. No caso dos inquéritos em que Renan
Calheiros, Aníbal Gomes e Collor são investigados, também foi
requisitada quebra de sigilo fiscal, quando podem ser requeridos dados
que estão em poder da Receita Federal.
As quebras de sigilo bancário e fiscal podem servir para checar
depósitos mencionados pelos delatores da Lava Jato. O doleiro Alberto
Youssef disse, em delação premiada, que fez “vários depósitos” a
Fernando Collor, além de ter autorizado entregas de dinheiro em espécie
para o parlamentar. Youssef relata ainda que em uma das operações, a
entrega foi feita por seu funcionário, Rafael Angulo, que levou o
dinheiro até Alagoas. Tido como “mensageiro” de Youssef, Angulo realizou
delação premiada que foi homologada recentemente pelo ministro Teori
Zavascki. A delação pode reforçar a investigação de políticos no STF.
No caso do presidente do Senado, o ex-diretor da Petrobrás Paulo
Roberto Costa afirmou em delação ter conhecimento que parte de valores
envolvidos em contratos da estatal eram canalizados pelo peemedebista. O
delator afirmou ainda que Aníbal Gomes era um interlocutor de Renan. No
inquérito que investiga Pizzolatti, a procuradoria-geral da República
relata que Youssef afirmou que o ex-deputado compunha grupo de
parlamentares do PP que atuavam na “operacionalização do esquema de
corrupção” de forma “estável e perene”.
Na tarde desta quarta-feira, 13, a PF pediu diligências nos
inquéritos que investigam o senador Valdir Raupp (PMDB-RO) e o deputado
Eduardo da Fonte (PP-PE). Com relação aos dois parlamentares, no
entanto, não se sabe ainda se o pedido foi pela quebra de sigilo ou
outra solicitação. A autorização para que um oficial de justiça fosse à
Câmara dos Deputados para realizar buscas de dados que ajudarão na
investigação do presidente da Casa, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ)
também consta de pedido apartado do inquérito e tramitou de forma
oculta, até sua realização. (Estadão).
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