quinta-feira, 14 de maio de 2015

Juros altos é prejudicial para os bancos? Não, é lucrativo.

Em 2012, quando o governo começou a trajetória de redução forçada das taxas de juros, escrevi várias vezes neste blog que não acreditava que a redução fosse sustentável, pois parecia que o movimento era fruto mais do grito da presidente do que de mudanças reais na economia.
Lembro que li na época algumas colunas de economistas e jornalistas que falavam que, com juros mais baixos, a expansão do crédito seria maior e, logo, os bancos que adotassem uma redução maior dos juros poderiam lucrar mais.



Se isso fosse verdade, por que então os bancos não haviam reduzido os juros antes? Não o fizeram por maldade ou masoquismo? Depois de dois anos, hoje sabemos, como eu desconfiava na época, que a redução da taxa de juros não foi sustentável, não ajudou o crescimento da economia como muitos críticos dos bancos esperavam e ainda prejudicou a trajetória da inflação.


No mais, a CEF que antes se orgulhava da forte expansão do crédito e redução dos juros, hoje está cortando crédito para o financiamento habitacional e fazendo o mesmo que os bancos privados: elevando os juros das diversas linhas de empréstimos.


Li uma notícia hoje (clique aqui) que mostra que o lucro liquido recorrente (sem receitas extraordinárias) do Banco do Brasil, banco público, cresceu 25% no primeiro trimestre do ano graças a juros mais altos – resultado do aumento das margens de ganho nos empréstimos.


Ao que parece, hoje, nem mesmo a CEF acredita na possibilidade de juros mais baratos aumentarem o lucro dos bancos, como dizia o seu ex-presidente Jorge Hereda ao comentar o lucro da CEF no primeiro semestre de 2012:



“Com este resultado, que é o maior lucro da história do banco, conseguimos provar que estamos com a estratégia correta ao reduzir os juros em 31% e aumentar a base de crédito, mantendo a inadimplência sob controle”. (clique aqui).



O problema é que a expansão de 25% do lucro da CEF, no primeiro semestre de 2012,  mesmo com juros em queda resultou de uma expansão dp crédito de 45% em 12 meses, algo que não é normal. Assim, não houve mudança alguma de paradigma (clique aqui). Em circunstâncias normais, bancos ganham com aumento de juros e não o contrário.


Juros altos e um governo que gasta muito sãos bons para bancos privados e mais ainda para bancos públicos. Até mesmo a CEF que é um banco 100% público se rendeu novamente a tentação dos juros altos, o que mereceria um abraço dos companheiros na sede do banco para protestar contra essa “politica neoliberal”.

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