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Foto: Ricardo Stuckert/Instituto Lula O ex-presidente chegou a afirmar,
à frente de uma delegação de 400 executivos, que "não se deve ter
vergonha" se há interesse financeiro.
A operação Lava
Jato teve acesso a documentos que apontam a relação do ex-presidente
Luiz Inácio Lula da Silva com executivos das maiores empreiteiras do
país.
Segundo as
informações publicadas na Folha de São Paulo, Lula era chamado de
"Brahma" pelos diretores da OAS. Ele era responsável por defender, em
viagens patrocinadas por empresários, seus interesses no exterior. Lula
teria sugerido, em junho de 2013, ao presidente do Peru, Ollanta Humala,
que firmasse aliança com o empresariado.
O ex-presidente
chegou a afirmar, à frente de uma delegação de 400 executivos, que "não
se deve ter vergonha" se há interesse financeiro. Porque "todo mundo
que é empresário precisa ganhar dinheiro". A publicação conta que, do
Peru, a delegação -- com executivos da OAS, Camargo Corrêa, Odebrecht e
Andrade Gutierrez, além de empresas do porte da Embraer e Eletrobras --
viajou também à Colômbia e ao Equador.
Após cinco
meses, Lula fez nova viagem sob patrocínio empresarial. Segundo
informações obtidas em conversas por mensagens de texto capturadas em
celulares de executivos da OAS, a empreiteira não só deixou um avião à
disposição do ex-presidente para que viajasse ao Chile, em novembro de
2013, como ajudou a definir sua agenda em Santiago.
Em um dos
diálogos, o então presidente da OAS, Léo Pinheiro, chamava Lula pelo
apelido de "Brahma" e discutia o roteiro com o executivo da empreiteira
Cesar Uzeda.
"A agenda nem
de longe produz os efeitos das anteriores do governo do Brahma, no
entanto acho que ajuda a lubrificar as relações. (A senhora [Dilma] não
leva jeito, discurso fraco, confuso e desarticulado, falta carisma)",
escreveu Uzeda.
Pinheiro
escreve: "O Brahma quer fazer a palestra dia 24/25 ou 26/11 em Santiago.
Seria uma mesa redonda para 20 a 30 pessoas. Quem poderíamos convidar e
onde?"
A publicação
refere que as mensagens indicam que a agenda de Lula no Chile foi
fechada com Clara Ant, ex-assessora da Presidência e diretora do
Instituto Lula. No dia 25 de novembro, véspera da viagem, Uzeda sugere
"checar com Paulo Okamotto se é conveniente irmos no mesmo avião".
A Folha
revelou, em 2013, que em 2011, numa viagem à Guiné Equatorial, como
representante do governo Dilma, Lula colocou entre os integrantes de sua
delegação oficial Alexandrino Alencar, executivo da Odebrecht preso na
sexta (19).
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