sábado, 6 de junho de 2015

Parque Nacional em perigo imediato pelos criminosos do MST.

MST perto do Parque Nacional


Grupo toma área não protegida da reserva, com barracos e carros. Segundo o movimento, os ocupantes só saem do lugar se o governo oferecer outro espaço. Representante da Terracap diz que ações de reapropriação serão tomadas quando as negociações acabarem


Um grupo de aproximadamente 350 famílias do Movimento Sem-Terra (MST) ocupou um terreno ao lado do Parque Nacional de Brasília — unidade de conservação que protege ecossistemas típicos do cerrado e abriga as bacias dos córregos formadores da represa Santa Maria, responsável pelo fornecimento de 25% da água potável que abastece a capital federal — na madrugada de quinta-feira.



Por volta das 4h30, eles removeram parte da cerca do terreno e entraram com carros, barracas e construções de madeirite. A área é de responsabilidade da Agência de Desenvolvimento do Distrito Federal (Terracap) e não é protegida ambientalmente. Segundo a autarquia, a primeira medida do governo será negociar com o grupo para evitar casos como os de fevereiro do ano passado (veja Memória). Só depois, medidas de reapropriação são tomadas.



Na entrada da invasão, é possível ver pelo menos 20 carros. O grupo não autoriza o ingresso de ninguém no acampamento e designou um porta-voz. Edimar Sousa Tavares, 26 anos, explicou que o movimento reivindica a consolidação de vários acampamentos, entre eles, o 8 de Março e Roseli Nunes, em Planaltina, além do Marco Antônio e do Oscar Niemeyer, em Brazlândia. Cerca de 1,5 mil famílias vivem nessas quatro invasões.
Ainda segundo Edimar, o grupo não pretende desocupar a área próxima ao Parque Nacional. “Queremos essa área também. Ela tem 248 hectares e foi desmembrada do parque, não é mais de proteção.


Caso não possamos ficar aqui, sairemos quando o governo nos der outra região”, diz. A negociação, segundo a Terracap, está com a Subsecretaria de Movimentos Sociais e Participação Popular. A reportagem tentou contato com a pasta, sem sucesso. “A vontade e o desejo é de que a desocupação seja imediata, mas, infelizmente, não é assim que as coisas acontecem. O governo tem adotado uma prática de negociar e, assim, convencê-los de deixar a área”, explicou o diretor de Regularização de Imóveis Rurais da Terracap, Moyses Marques.



Segundo o diretor, essa foi a política usada nas últimas ocupações, como na semana passada, na fazenda do subsecretário de Regularização e Fiscalização Fundiária da Secretaria de Agricultura do Distrito Federal, Alexandre Cenci. Cerca de 300 trabalhadores sem-terra chegaram em três ônibus e 15 carros à propriedade Umburana, no PAD-DF, por volta das 5h de sábado e obrigaram os funcionários a saírem de suas casas. Por volta das 13h30, a Polícia Militar do DF (PMDF) foi acionada para negociar a liberação. Os trabalhadores começaram, então, a desocupar a fazenda. “Quando isso não é possível, aí sim, chamamos os órgãos para fazer a desobstrução e, em último caso, a Terracap poderá ajuizar ação reivindicatória”, explicou Marques.



Se o grupo não deixar a área na base das negociações, a Agência de Regularização (Agefis) e a Secretaria de Ordem Pública e Social (Seops) farão a reintegração de posse. Em janeiro, outra área também de posse da Terracap foi ocupada, dessa vez por integrantes do Movimento dos Trabalhadores Desempregados (MTD). Eles entraram em um terreno entre a Granja do Torto e o Balão do Colorado. A área estava sendo alvo de grilagem — venda ilegal de terrenos que pertencem ao Poder Público.


Memória - Feridos em manifestação


Em 12 de fevereiro de 2014, a Praça dos Três Poderes foi palco de confronto entre policiais militares e integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST). O objetivo do grupo era ocupar a pista e construir barracas de lona, além de colocar cruzes de madeira no asfalto.


Cerca de 30 PMs e pelo menos três manifestantes ficaram feridos. Entre os policiais, oito precisaram de cuidados especiais, pois sofreram cortes profundos. Tiveram que passar por pequenos procedimentos cirúrgicos, como sutura, em um hospital particular da Asa Norte.



Um deles chegou a receber 30 pontos. A desproporção entre o número de policiais e o de manifestantes pode ter sido uma das causas da violência. O efetivo da polícia era de 250 PMs, além de 20 soldados do Batalhão de Choque. Já o número de manifestantes, de acordo com o MST, era de 15 mil pessoas.


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*As 350 famílias chegaram ao terreno na madrugada de quinta-feira
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