Em oito meses, a dívida aumentou em quase US$ 100 mil
Publicado: 08 de agosto de 2015 às 09:49 - Atualizado às 09:50
A contribuição de governos é o que sustenta a ONU (Foto: Reprodução)
Às vésperas da comemoração dos 70 anos das Nações
Unidas com a presença de chefes de Estado de todo o mundo, a dívida do
Brasil com a entidade soma quase R$ 1 bilhão. O débito é inédito em sete
décadas da participação da diplomacia nacional no organismo.
O déficit recorde ainda coincide com as preparações da viagem da presidente Dilma Rousseff em setembro para dois grandes eventos em Nova York: a cúpula da ONU para o Combate à Pobreza, em 25 de setembro, e para fazer o discurso de abertura da Assembleia Geral das Nações Unidas, no dia 28 do mesmo mês. A visita foi confirmada ao Estado pelos órgãos de protocolo da entidade.
Planilhas internas da ONU obtidas com exclusividade pelo Estado revelam que, até 4 de agosto de 2015, a dívida brasileira com a organização atingia US$ 285 milhões (R$ 993 milhões). Em oito meses, o que o governo federal deve às Nações Unidas aumentou em quase US$ 100 milhões.
O Ministério do Planejamento, responsável pelo pagamento, admite a dívida. Mas apresenta dados diferentes da planilha oficial da ONU. Para o governo, “as dívidas com a ONU totalizam US$ 247.554.275,22, que, ao câmbio de hoje, equivaleria R$ 875.030.096,62”. “O governo brasileiro informa que pretende regularizar o mais rapidamente possível o pagamento do valor devido”, afirmou a assessoria de imprensa do ministério. O governo não explicou a diferença em relação ao montante oficialmente registrado pelas Nações Unidas.
A contribuição de governos é o que sustenta a ONU. Com o dinheiro, a entidade paga seus gastos operacionais, salários e sedes, mas principalmente organiza o resgate de pessoas, a distribuição de alimentos, construção de escolas, de hospitais e cria tribunais para julgar criminosos de guerra.
Para chegar ao cálculo de quanto cada governo deve contribuir para a ONU, se leva em conta o PIB, a renda per capta e outros aspectos sociais. Numa revisão realizada em 2011, a contribuição brasileira passou de 1,4% do total do orçamento da ONU para 2,9%, o décimo maior aportador de dinheiro no sistema.
Desde a elevação da contribuição, porém, os atrasos têm aumentado. Agora, atingiram um valor recorde. Não apenas contas antigas não foram pagas como uma reformulação do orçamento das operações de Paz da ONU fez a contribuição crescer. A desvalorização do real também contribuiu para o salto no déficit.
Para o orçamento regular da ONU, a dívida brasileira é de US$ 156,4 milhões - US$ 79 milhões são contas de anos anteriores, que deveriam ter sido regularizadas em janeiro. Nesse aspecto, o Brasil tem a segunda maior dívida, superado apenas pelos EUA, com contas a pagar no valor de US$ 221 milhões em relação a anos anteriores. (AE)
O déficit recorde ainda coincide com as preparações da viagem da presidente Dilma Rousseff em setembro para dois grandes eventos em Nova York: a cúpula da ONU para o Combate à Pobreza, em 25 de setembro, e para fazer o discurso de abertura da Assembleia Geral das Nações Unidas, no dia 28 do mesmo mês. A visita foi confirmada ao Estado pelos órgãos de protocolo da entidade.
Planilhas internas da ONU obtidas com exclusividade pelo Estado revelam que, até 4 de agosto de 2015, a dívida brasileira com a organização atingia US$ 285 milhões (R$ 993 milhões). Em oito meses, o que o governo federal deve às Nações Unidas aumentou em quase US$ 100 milhões.
O Ministério do Planejamento, responsável pelo pagamento, admite a dívida. Mas apresenta dados diferentes da planilha oficial da ONU. Para o governo, “as dívidas com a ONU totalizam US$ 247.554.275,22, que, ao câmbio de hoje, equivaleria R$ 875.030.096,62”. “O governo brasileiro informa que pretende regularizar o mais rapidamente possível o pagamento do valor devido”, afirmou a assessoria de imprensa do ministério. O governo não explicou a diferença em relação ao montante oficialmente registrado pelas Nações Unidas.
A contribuição de governos é o que sustenta a ONU. Com o dinheiro, a entidade paga seus gastos operacionais, salários e sedes, mas principalmente organiza o resgate de pessoas, a distribuição de alimentos, construção de escolas, de hospitais e cria tribunais para julgar criminosos de guerra.
Para chegar ao cálculo de quanto cada governo deve contribuir para a ONU, se leva em conta o PIB, a renda per capta e outros aspectos sociais. Numa revisão realizada em 2011, a contribuição brasileira passou de 1,4% do total do orçamento da ONU para 2,9%, o décimo maior aportador de dinheiro no sistema.
Desde a elevação da contribuição, porém, os atrasos têm aumentado. Agora, atingiram um valor recorde. Não apenas contas antigas não foram pagas como uma reformulação do orçamento das operações de Paz da ONU fez a contribuição crescer. A desvalorização do real também contribuiu para o salto no déficit.
Para o orçamento regular da ONU, a dívida brasileira é de US$ 156,4 milhões - US$ 79 milhões são contas de anos anteriores, que deveriam ter sido regularizadas em janeiro. Nesse aspecto, o Brasil tem a segunda maior dívida, superado apenas pelos EUA, com contas a pagar no valor de US$ 221 milhões em relação a anos anteriores. (AE)
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