Anistia Cita Direitos de Deficiência para Legalizar a Prostituição
Anistia Cita Direitos de Deficiência para Legalizar a Prostituição
Wendy
Wright
NOVA IORQUE, EUA, agosto (C-Fam) Duas décadas depois
que o filme “Pretty Woman” (Uma Linda Mulher) glamorizou a prostituição,
estrelas de Hollywood estão trabalhando junto com ex-prostitutas para convencer
uma organização de direitos humanos a não defender a legalização da
prostituição.
Meryl Streep, Anne Hathaway, Emily Blunt e Kate
Winslet acrescentaram seus nomes a uma carta
que se opõe à “Versão Preliminar de Políticas sobre Trabalho Sexual” da Anistia
Internacional. Os delegados da Anistia votarão nesta semana se a Anistia vai
promover a descriminalização do comércio sexual.
Num documento
vazado de políticas, a Anistia argumenta que a expressão sexual é uma das
necessidades principais. O documento afirma que a prostituição ajuda as pessoas
com deficiências a “expressar sua sexualidade” e “desenvolver um sentido mais
forte de autoestima” e melhorar “seu gozo da vida e dignidade.” A interferência
governamental na “estratégia de um adulto ter sexo com outro adulto que
consente” se intromete “na autonomia e saúde desses indivíduos.”
Os riscos de saúde têm “menos relação com os atos do
próprio trabalho sexual,” e mais com políticas e preconceitos culturais, argumenta
a Anistia.
Se a Anistia adotar uma política pró-prostituição
estaria lutando contra uma tendência mundial. Ex-prostitutas
são mais organizadas, muitas vezes descrevendo em detalhes chocantes a
violência e exploração do comércio de sexo. Alguns países estão adotando o
modelo sueco de ir atrás dos clientes, criminalizando a compra de sexo.
Do outro lado, a Alemanha liberalizou a prostituição
em 2002. Cinco anos mais tarde o governo registrou um crescimento explosivo em
bordéis que provocou um aumento em tráfico sexual.
A Holanda confirmou que seu aumento repentino em
tráfico sexual tem ligação direta com sua descriminalização da indústria
sexual.
A Coalizão contra o Tráfico de Mulheres organizou a
carta para a Anistia. A carta observa que especialistas em trauma pediram à
Alemanha que revogasse sua lei, registrando “danos psicológicos vastos que a
invasão e violência sexual serial e indesejada, que são as marcas registradas
da prostituição, infligem nas mulheres.” Profissionais médicos confirmam que o
abuso, violência sexual e danos físicos que as mulheres sofrem de cafetões e
clientes levam a danos psicológicos e físicos que duram a vida inteira e levam
muitas vezes à morte.
Entretanto, alguns países gastam dinheiro do governo
para que pessoas com deficiência comprem sexo.
A Holanda paga para “trabalhadoras de ajuda sexual”
uma vez por mês em favor de indivíduos deficientes. Um dinamarquês exigiu que o
governo também “cobrisse despesas extras para que prostitutas cheguem aqui,
porque é mais caro transportá-las à minha casa do que ir a um bordel,” ele
disse à BBC.
Um fundo
do governo britânico para pessoas com deficiências paga por prostituição e
visitas a clubes de danças eróticas. Um homem de 21 anos com deficiências de
aprendizado recebeu dinheiro para uma ida a bordéis de Amsterdã. Sua assistente
social disse que “recusar lhe oferecer esse serviço seria uma violação de seus
direitos humanos” e justificou “satisfazer suas necessidades” num bordel
licenciado porque “a felicidade e crescimento dele como pessoa é a coisa mais
importante.”
“De fato, chamar de direitos dos homens comprar outros
seres humanos para sexo mina o conceito inteiro de direitos humanos,” Jessica
Neuwirth disse ao jornal New York Times. A fundadora de Igualdade Agora disse
que as pessoas na indústria do sexo podem estar por trás da versão preliminar
da política da Anistia.
O filme da Disney “Uma Linda Mulher” — uma fábula
moderna da Cinderela — apresentava a prostituição como um caminho para o
romance, riquezas e um lindo marido.
No começo deste ano, o elenco do filme revelou
que a comédia era originalmente uma tragédia — uma história de advertência
contra a prostituição.
O milionário cliente de prostitutas “jogou meu
personagem para fora do carro, jogou o dinheiro em cima de mim e os créditos
rolaram,” disse a atriz Julia Roberts.
Tradução: Julio Severo
Fonte: Friday
Fax
Divulgação: www.juliosevero.com
Leitura recomendada:
Tráfico
sexual humano: a moderna escravidão que não foi abolida
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