| 01 FEVEREIRO 2014
ARTIGOS - CULTURA
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Nota do tradutor:
O horrendo experimento com os gêmeos Reime realizado pelo mentor da teoria de gênero, o sexólogo neozelandês John William Money (1921-2006), tem sido solenemente ignorado pela grande mídia, ou, quando muito, ocasionalmente mencionado por um ou outro articulista, sempre com o desvelo de não se comprometer, no essencial, a validade de uma noção canônica em exótico ramo da psicologia contemporânea: o gênero em “sentido amplo” (isto é, mais “inclusivo” que o anacrônico binômio masculino-feminino) e suas derivações.
O horrendo experimento com os gêmeos Reime realizado pelo mentor da teoria de gênero, o sexólogo neozelandês John William Money (1921-2006), tem sido solenemente ignorado pela grande mídia, ou, quando muito, ocasionalmente mencionado por um ou outro articulista, sempre com o desvelo de não se comprometer, no essencial, a validade de uma noção canônica em exótico ramo da psicologia contemporânea: o gênero em “sentido amplo” (isto é, mais “inclusivo” que o anacrônico binômio masculino-feminino) e suas derivações.
Todavia,
um veículo da grande mídia internacional - o periódico francês “Le
Figaro” - tem publicado uma série de artigos instigantes sobre os
desdobramentos práticos da ideologia de gênero: as políticas públicas de
gênero. Em um deles, elas são descritas como “um conjunto de
incitações insidiosas que visam mudar o comportamento dos jovens e
substituir, aos poucos, um modelo de sociedade por outro” (1).
Traduzo aqui Theórie du genre: comment la premiére expérimentation a mal tourné [Teoria
de gênero: como seu primeiro experimento fracassou] (2), publicado na
edição de 31 de janeiro de 2014 do jornal citado. Nele é descrito o
caráter criminoso dos testes efetuados por Money que, como o leitor
poderá facilmente constatar, em nada diferiam das técnicas do “Anjo da
Morte” no campo de Auschwitz, o Dr. Joseph Mengele.
Teoria de gênero: como seu primeiro experimento fracassou
Le Figaro
Nos anos 60, um médico neozelandês experimentou em dois gêmeos a “teoria de gênero”, convencendo os pais a transformarem um deles em menina. Uma experiência de consequências dramáticas.
Ainda que
a polêmica sobre a teoria de gênero não cesse de crescer, a experiência
trágica conduzida na metade dos anos 60 pelo seu criador, o sexólogo e
psicólogo neozelandês John Money, volta à superfície, como relatou na
quarta-feira o Le Point. Uma experiência frequentemente ocultada
por seus discípulos atuais nos estudos “de gênero”, pois, se o fosse
(tendo sido conduzida em dois gêmeos canadenses nascidos meninos, sendo
que um que deles foi educado como menina) não seria bem vista.
O
especialista em hermafroditismo na universidade americana Johns Hopkins,
John Money, definiu desde 1955 o “gênero” como uma conduta sexual que
escolhemos adotar, a despeito de nosso sexo de nascença. Ele estudou
notadamente os casos de crianças nascidas intersexuais para saber a qual
sexo elas poderiam pertencer: aquele que a natureza lhes deu ou aquele
no qual foram educadas. Em 1966, os pais iriam oferecer ao controvertido
médico a possibilidade de testar sobre seus próprios filhos a teoria de
gênero. O casal Reimer eram pais de gêmeos de oito meses. Eles
desejavam circuncidá-los, porém a operação não foi bem sucedida em um
dos dois bebês, Bruce, cujo pênis foi queimado após a uma cauterização
elétrica. Seu irmão, Brian, por sua vez, saiu ileso da operação.
Adolescência DifícilPara John Money (foto ao lado), era a ocasião de mostrar com base em um modelo vivo que o sexo biológico não era mais que um erro. Ele propôs então aos pais desamparados que educassem o filho como uma menina, sem jamais revelarem a ele seu sexo de nascença. Bruce, que desde então passou a se chamar Brenda, recebeu a princípio um tratamento hormonal, pois se queria retirar seus testículos depois de quatorze meses. Doravante uma menina, “Bruce-Brenda” usa saias e brinca com bonecas. Durante sua infância, os gêmeos Brian e Brenda seguem um desenvolvimento harmonioso, fazendo da experiência de sexologia uma vitória. Ao menos foi o que John Money - que mantinha guarda sobre sua evolução - examinando-os uma vez por ano, acreditava. Ele publica então numerosos artigos sobre o assunto, mais um livro, em 1972, “Homem-mulher, garoto-garoto”, no qual afirma que é a educação e não o sexo de nascença que determina se alguém é homem ou mulher.
Mas se
Brenda viveu uma infância sem choques, as coisas se complicaram na
adolescência. Sua voz se tornou mais grave e ela se sente atraída por
garotas. Pouco a pouco, ela rejeita seu tratamento, substituindo-o por
outro, com testosterona. No fundo, ela se sente
mais um garoto que uma moça. Desamparado, o casal Reimer conta a
verdade a seus filhos. Desde então, Brenda se torna um homem, David, no
qual é criado cirurgicamente um pênis e são retirados os seios. Este
último se casará com uma mulher, com a idade de 24 anos. Mas esta
experiência identitária fora dos padrões deixou desgastes irreparáveis
sobre os gêmeos.
David Reimer
Brian se suicidou em 2002, David em maio de 2004.
Tradução: Creomar Baptista
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