A dupla empenhou-se no adiamento da votação das pedaladas no TCU. Com medo do impasse e do aprofundamento da crise, o empresariado decidiu recuar. Dilma recorreu a Lula, que se reuniu secretamente com Temer no aeroporto de Congonhas.
De mãos atadas, Temer fingiu não saber de nada e reafirmou o seu compromisso com o PT. Lula pressionou por uma agenda pública que corroborasse a aliança. A máquina do Estado foi posta em marcha com o patrocínio de jantares, inaugurações e ações de movimentos sociais.
Mas, no meio do caminho do acordão, surgiram as grandes manifestações de domingo.
Crônica de um impeachment (III)
Quando o plano parecia ir bem, Renan procurou Dilma na
quinta-feira e propôs salvá-la de novas derrotas legislativas e do
impeachment. Teria, assim, traído a cúpula do PMDB.
Eduardo Cunha e Temer ficaram furiosos com a puxada de tapete e resolveram isolá-lo no partido. Renan buscou o apoio de Collor.
Os dois alagoanos inventaram, então, a “Agenda Brasil”, um arrazoado de propostas para distrair a imprensa e dar fôlego ao governo.
Eduardo Cunha e Temer ficaram furiosos com a puxada de tapete e resolveram isolá-lo no partido. Renan buscou o apoio de Collor.
Os dois alagoanos inventaram, então, a “Agenda Brasil”, um arrazoado de propostas para distrair a imprensa e dar fôlego ao governo.
Crônica de um impeachment (II)
Na quarta 5, Michel Temer preparou o terreno junto à opinião pública.
Depois de um dia intenso de conversas com ministros e parlamentares, foi à imprensa, para dizer que a situação era grave e fazer um apelo público pela união do Congresso Nacional e demais setores da sociedade. No dia seguinte, Firjan e Fiesp se manifestaram em apoio a Temer.
Em seguida a mais uma derrota parlamentar de Dilma, garantida por Cunha na chamada “pauta-bomba” na Câmara, PDT e PTB anunciaram o rompimento com o governo, abrindo caminho para a implosão da base aliada.
Crônica de um impeachment (I)
O Antagonista tenta mostrar como o cenário político anda mais esquizofrênico do que nunca. Por isso, resolveu noticiar uma versão que está em curso em Brasília sobre o comportamento de Renan Calheiros.
De acordo com essa versão, o PMDB articulou o impeachment de Dilma, com apoio limitado do PSDB, mas foi traído por Renan Calheiros. O alagoano teria resolvido ser o fiador do mandato da petista.
Tudo teria começado com a prisão de José Dirceu, na segunda-feira 3 de agosto, quando a cúpula do PMDB colocou em marcha o plano de impeachment.
Michel Temer delegou a Moreira Franco a tarefa de conversar com Aécio Neves e caciques tucanos como seria o processo -- e Eduardo Cunha propôs uma fórmula regimental que virou a pauta do jantar na casa de Tasso Jereissati, na terça 4.
Participaram do encontro Aécio, Aloysio Nunes e José Serra, além de Moreira Franco, Renan Calheiros e Romero Jucá. Empolgado, Jucá falou até em “day after”. O PSDB, como já antecipado pelo Antagonista, concordou em derrubar Dilma, mas não se comprometeu a participar de um governo de união nacional em torno de Temer.
Mesmo assim, o PMDB teria decidido ir em frente.
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