Financial Times afirma que Brasil é doente terminal e o vice Michel Temer “um político medíocre”
Artilharia pesada – O editorial intitulado “A terrível queda do Brasil da graça econômica”, na edição desta segunda-feira (14) do jornal britânico “Financial Times” começa assim: “Se o Brasil fosse um paciente de hospital, médicos da sala de emergência poderiam diagnosticá-lo como em um declínio terminal”. O texto afirma que a falta de apoio político faz com que “seja praticamente impossível para Dilma Rousseff responder adequadamente à crise econômica”. O FT ainda ressalta que sem Joaquim Levy investidores teriam “visão sombria da capacidade do governo de endireitar as contas”.O jornal também declara que a economia brasileira está “uma bagunça” diante de recessão esperada para 2015 e 2016, do déficit das contas públicas, do novo Orçamento com expectativa de saldo primário negativo e a consequente elevação da dívida pública. “Essa é a razão por trás da decisão surpresa da agência Standard & Poor’s de rebaixar a nota brasileira”, destaca o editorial.
Entretanto, o “Financial Times” afirma que apesar da piora da economia, a deterioração do quadro político é que deflagrou a decisão da S&P. A falta de popularidade e de apoio do Legislativo “faz com que seja praticamente impossível para Dilma responder adequadamente à crise econômica”. O editorial destaca que o Congresso Nacional atualmente está mais preocupado em salvar a própria no rastro das graves acusações levantadas a partir Operação Lava-Jato. “O sistema político do Brasil sempre foi conhecido por ser podre. Agora, ele também não está funcionado”.
O FT afirma que tantas incertezas econômicas e políticas aumentam cada vez mais a instabilidade e destaca os rumores sobre o trabalho do ministro da Fazenda, Joaquim Levy. Segundo o jornal, o trabalho de Levy “tem sido minado por outros que acreditam erroneamente que o Brasil poderia voltar a gastar mais como maneira de acabar com os problemas”.
Sobre a crise política, o “Financial Times” ressalta que a renovação política no atacado poderia ser a solução. “Infelizmente, há pouca chance disso até as eleições programadas para 2018”, declara. “Impopularidade é uma razão insuficiente para remover a senhora Rousseff: se fosse, Fernando Henrique Cardoso, o ex-presidente que estabeleceu as bases da agora desperdiçada estabilidade econômica, poderia não ter terminado o segundo mandato”.
O sisudo jornal britânico afirma que “conhecida por sua teimosia e ser cabeça-dura”, a petista insiste que não renunciará. “Também não há qualquer evidência de que ela, pessoalmente, tenha lucrado com o esquema fraudulento na Petrobras. É verdade que ela poderia ser acusada por outros motivos, como a contabilidade governamental incorreta”. Mesmo assim, o editorial repete a avaliação já feita de que eventual saída de Dilma traria “um político medíocre” para substituí-la e cita Michel Temer, Eduardo Cunha e Renan Calheiros. (Danielle Cabral Távora)
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