Campanha cobra coerência do Burger King em relação a políticas de
bem-estar animal
ONGs de nove países latino-americanos pedem que a rede elimine o
confinamento de animais em gaiolas na América Latina e Caribe, como já foi
feito nos EUA
(São Paulo 22 outubro 2015) – No dia de hoje, ONGs de
proteção animal do Brasil, Argentina, Chile, Colômbia, Equador, El Salvador,
Guatemala, Honduras e México lançaram uma campanha que
pede que o Burger King pare de vender produtos oriundos de animais que são
forçados a viver suas vidas inteiras em gaiolas na América Latina e no Caribe. Nos EUA, a rede já adotou uma política que
determina que todos os ovos e carne suína usados nos lanches não sejam
provenientes de sistemas que usam gaiolas em bateria para galinhas e gaiolas de
gestação para porcas.
Na América Latina e no Caribe, dezenas de milhões de
galinhas poedeiras – usadas na produção de ovos – passam suas vidas inteiras em
gaiolas em bateria. Tais gaiolas são feitas de metal e geralmente confinam de
cinco a dez animais juntos. A condição de superlotação é tão extrema que os
animais mal podem andar ou esticar suas asas. Nesse sistema, cada ave tem um
espaço menor do que uma folha de papel A4 para passar toda a vida.
A carne suína – usada em produtos como bacon
e presunto – também frequentemente é obtida de porcas reprodutoras que são
forçadas a viver praticamente toda a vida imobilizadas em gaiolas de gestação,
celas de metal que têm praticamente o mesmo tamanho dos corpos dos animais,
impedindo que eles sequer possam se virar ou dar mais do que um passo para
frente ou para trás. Nos
EUA, o Burger King já se comprometeu a eliminar ambas as práticas de sua
cadeia de fornecimento até 2017.
“Pesquisas de renomadas instituições são extremamente
claras: a maioria dos brasileiros rejeita a crueldade e os maus-tratos de
animais criados para consumo. O Burger King precisa escutar essa demanda e ser
coerente por meio da implementação das mesmas políticas de bem-estar animal que
já tem nos EUA na América Latina e no Caribe”, disse Vania Nunes, médica
veterinária e diretora técnica do Fórum Nacional de Proteção e Defesa Animal
(FNPDA), ONG que representa a maior rede de proteção animal do país e está
liderando a campanha no Brasil e a coalização internacional.
As gaiolas em bateria e gaiolas de gestação são tão
controversas e cruéis que já foram proibidas por governos países ao redor do
mundo, como todos os países-membros da União Europeia, Índia, Nova Zelândia e
diversos estados norte-americanos. Associações de produtores na África do Sul e
Austrália também já se comprometeram a acabar com o confinamento contínuo de
porcas em gaiolas de gestação.
Um número crescente de empresas multinacionais e
nacionais vem atendendo a essa demanda dos consumidores e de entidades
não-governamentais. A Arcos Dorados, maior operadora de restaurantes do
McDonald’s na América Latina, se comprometeu a eliminar o uso de gaiolas de
gestação até 2022 em toda sua cadeia de fornecimento.
A BRF, donas das marcas
Sadia e Perdigão e maior produtora nacional de carne suína, também declarou uma
política de eliminação de confinamento continuo em gaiolas de gestação até
2026. Já a JBS, segunda maior produtora e dona da marca Seara, se comprometeu a
eliminar esse sistema somente em granjas próprias até 2016.
No setor de ovos, a
Unilever, dona das maioneses Hellmann’s e Arisco, irá eliminar as gaiolas em
bateria de sua cadeia até 2020 globalmente, incluindo no Brasil. As redes de
hotéis Marriott e Hilton e a Nestlé também já declararam políticas globais para
a eliminação de ambos os sistemas.
O FNPDA convida a todos a assinar a petição em
português que pede o Burger King declare o fim das gaiolas na América Latina no
link www.change.org/gaiolasburgerking.
Já as petições em espanhol e inglês, feitas por uma coalização de nove ONGs
latino-americanas, incluindo o FNPDA, estão disponíveis em www.change.org/burgerkingjaulas e www.change.org/burgerkingcages.
As demais ONGs que fazem parte da coalização Liga Animal Latina y Caribeña, criada e liderada pelo FNPDA, são:
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