PENSA BRASIL
06/10/2015
O Advogado-Geral da União, Luiz Inácio Adams, afirmou que caso o TCU (Tribunal de Contas da União) não aceite trocar o relator do processo de contas da presidente Dilma Rousseff de 2014, Augusto Nardes, o governo vai entrar com o pedido de troca em tribunais superiores.
“É uma decisão [a troca de relator] grave, difícil. Mas a conduta foi grave. O tribunal pode entender
que não há impedimento. Essa decisão não é definitiva e pode ser
reapresentada nas instâncias judiciais”, afirmou Adams após apresentar
oficialmente o pedido ao presidente do TCU, Aroldo Cedraz, e ao
corregedor do órgão, Raimundo Carreiro.
Mesmo com o pedido, a sessão de julgamento está mantida para quarta-feira às 17h.
Segundo Adams, o processo precisa ser
saneado já que, para ele, o relator foi imparcial e adiantou seu voto.
Adams usou uma reportagem da Folha de 2005 para argumentar que o TCU já impediu um relator de uma ação
de participar do julgamento por ele ter se pronunciado antes do caso
ser julgado. Segundo ele, é preciso garantir a imparcialidade do
julgamento.
Adams no entanto afirmou que não
questiona a análise técnica feita pelo órgão. Nessa análise, a
Secretaria de Macro Avaliação Governamental do TCU considerou que o
governo cometeu 12 irregularidades que desrespeitam a Constituição, a
Lei de Responsabilidade Fiscal e a Lei Orçamentária Anual de 2014. O
relator referendou a análise técnica e pediu a reprovação das contas.
“Não questiono a análise técnica. A
condução do relator não contamina a análise técnica. Contamina a
participação dele no processo”, afirmou o AGU.
Perguntado o que o governo achava do
relator ter considerado o ato como uma tentativa de intimidação, Adams
retrucou dizendo que a lei deve intimidar o ministro:
“Querer
cumprir a lei deve fazer [ele] se sentir intimidado. O que falamos é
aplicar uma regra objetiva. Regra que termos jurisprudência do tribunal,
regra estabelecida para todos os magistrado e inclusive o tribunal. Se
há intimidação, é o medo do próprio judiciário, que é quem vai julgar”,
afirmou Adams.
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