Ontem de manhã, pela sexta vez, o Conselho de Ética permaneceu em branco, sem votar sequer a admissibilidade de processo contra o presidente da Câmara por quebra do decoro parlamentar, empurrada para o próximo ano.
Da ética, essas reuniões passaram longe, aliás, muito semelhantes às que o plenário da Câmara vem realizando, plenas de manobras, lambanças e, também, troca de socos. Tudo acontecendo em volta da mesma figura mefistofélica de Eduardo Cunha, que até agora não perdeu nenhum entrevero e permanece no exercício de suas funções, com seus pezinhos de cabra movimentando-se em todas as direções.
Fosse realizado um plebiscito para saber se a população aprovaria a dissolução do Conselho de Ética e do Congresso, fatalmente a imensa maioria digitaria favoravelmente.
Nem o Executivo escaparia, pois na noite de quarta-feira, num jantar de congraçamento natalino na casa do senador Eunício Oliveira, a ministra da Agricultura, Kátia Abreu, arremessou um copo de vinho na careca do senador José Serra.
Convenhamos, permanece valendo a máxima de que, no Brasil, o dia seguinte sempre consegue ficar um pouquinho pior do que a véspera. Vale aguardar o que nos reserva o dia de hoje, apesar de tratar-se de uma sexta-feira, quando Suas Excelências escafedem-se para seus estados.
Por mais triste que seja, o país vai chegando à conclusão de necessitar de ampla, geral e irrestrita limpeza. As instituições encontram-se em frangalhos, a economia mergulhou nas profundezas e poucos escapam da condenação. A dissolução só não se tornaria um anseio comum pela certeza de que a alternativa seria pior. Até porque as investigações sobre a corrupção aproximam-se de seu ponto de ebulição, chegando à família do ex-presidente Lula. A presidente Dilma perde votos diante de uma hipotética manifestação pelo impeachment, que algum dia virá.
Em suma, vale corrigir a primeira afirmação lá de cima: não seria melhor dissolver tudo e começar de novo?
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