17/12/2015
A Polícia Federal deflagrou nesta quinta-feira a operação Sangue Negro, que apura suspeitas de desvio de dinheiro na obtenção de contratos da Petrobras que teriam ocorrido desde 1997.
Segundo
nota da PF, a investigação começou antes da Operação Lava Jato, que
também apura um esquema de corrupção montado na estatal brasileira, e
tem alvos em comum. Ao todo, a polícia cumpre nove mandados judiciais:
quatro de prisão preventiva e cinco de busca e apreensão no Rio de
Janeiro, Angra (RJ) e Curitiba.
Dois dos mandados de prisão foram expedidos contra pessoas já presas pela Lava Jato em Curitiba. São elas: o ex-diretor de Serviços da Petrobras, Renato Duque, que é ligado ao PT; e o ex-diretor da área Internacional Jorge Zelada, ligado ao vice-presidente Michel Temer, segundo informações do jornal O Estado de S. Paulo.
A Sangue Negro mira contratos firmados entre a Petrobras e a empresa holandesa SBM Offshore, uma das maiores fabricantes de plataformas marítimas de exploração de petróleo do mundo. Segundo a PF, uma empresa que fazia a ponte entre as duas companhias recebia repasses da ordem de 3% a 5% dos contratos. “Esse dinheiro retornava em forma de pagamento de propinas”, disse a PF.
A operação investiga crimes de sonegação fiscal, evasão de divisas, desvio de recursos públicos, lavagem de dinheiro, entre outros.
SBM – A multinacional holandesa contrói e opera plataformas para petroleiras do mundo todo. No Brasil, a empresa tem contratos com a Petrobras que somam pelo menos 27 bilhões de reais. A relação comercial entre as duas empresas começou em 1996.
Em delação premiada à força-tarefa da Lava Jato, o ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco relatou que a empresa holandesa pagava propina em troca de benefícios em licitações. Barusco confessou ainda que pediu a Júlio Faerman, representante da SBM no Brasil, que desse um “reforço” de 300.000 dólares para a campanha presidencial da presidente Dilma Rousseff em 2010.
Considerado uma das peças-chaves para desvendar o
petrolão, Faerman também assinou um acordo de delação premiada com o
Ministério Público Federal, no qual concordou em repatriar 54 milhões de
dólares que estavam depositados em bancos suíços.
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