- 17/12/2015 11h23
- Brasília
Carolina Gonçalves - Repórter da Agência Brasil
Picciani precisa reunir metade mais um da bancada do partido – hoje com 69 parlamentares – para poder voltar à função. As assinaturas foram obtidas devido ao retorno de alguns filiados que ocupavam cargos no estado do Rio e foram exonerados, reassumindo vagas na bancada da Câmara, e pela mudança de posição de alguns parlamentares. Entre os deputados fluminenses, estão Marco Antonio Cabral que estava no comando da Secretaria de Estado de Esporte, Lazer e Juventude do estado, e Pedro Paulo Carvalho, que era Secretário municipal da Casa Civil do Rio de Janeiro.
“Acho que fui vítima de um instrumento de força que é ruim para o partido, que constrange os deputados. Fui obrigado a fazer a lista porque foi a única forma de retornar à liderança e manter o calendário de eleição [para que novo líder seja escolhido em fevereiro do próximo ano]. Lamento que isto tenha ocorrido, mas agora restauramos a decisão democrática”, disse. Segundo ele, o argumento usado na conversa com deputados peemedebistas foi o alerta sobre o uso de listas para aprovação de nomes para o cargo em detrimento de eleição.
Saiba Mais
O motivo da saída de Picciani foi a lista de nomes do PMDB que ele apresentou para compor a comissão especial que vai analisar o pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff. As vagas foram disputadas por integrantes do partido aliados do governo e nomes ligados ao presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que desde o fim do primeiro semestre anunciou rompimento pessoal com o Palácio do Planalto.
Insatisfeitos com as indicações, uma ala da legenda chegou a acusar Picciani de descumprir um compromisso firmado com a bancada, que previa que metade dos nomes (quatro) fossem escolhidos entre parlamentares favoráveis ao processo e a outra metade entre mais aliados ao governo. De acordo com o grupo, Picciani “atropelou” a bancada e fechou uma lista que foi construída com o Palácio do Planalto.
Leonardo Picciani minimizou divergências e negou que tenha sido vítima de um golpe. “Creio que isso é fruto do momento tenso que o país vive, em que é preciso aprovar medidas fiscais, quando há um processo de impedimento em curso, e ainda divergências sobre a situação de [presidente da Câmara] Eduardo Cunha. Tudo isto tensiona o ambiente. É preciso que todos recolham suas armas para que o PMDB ajude o país a superar esta situação.”
Diálogo
O peemedebista afirmou que com a confirmação das assinaturas retomará a liderança, mantendo o diálogo com o Palácio do Planalto. “Continuarei dialogando com a presidente Dilma [Rousseff]. A maioria da bancada tenho certeza que preza o diálogo, embora alguns reclamem. Conversando é que se encontram os caminhos para os desafios”, concluiu.
Edição: Talita Cavalcante
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