“Olha o papai noel do lixeiro!"
Doações da comunidade fazem mais feliz o Natal dos coletores de lixo de Uberaba
Enerson Cleiton
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Sem descanso, lixeiros realizam coleta no Natal
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3º período de Jornalismo
Para a maioria dos trabalhadores o Natal é sinônimo de descanso em família, mas para os coletores de lixo fim de ano significa mais trabalho. Com as festas, a quantidade de lixo aumenta e os bons amigos da coleta vão para as ruas trabalhar. Mesmo assim, segundo Gereval Bernardino de Andrade, 48 anos, gerente da Uberaba Ambiental, é justamente nessa época do ano que os coletores trabalham com mais felicidade, movidos pela alegria do reconhecimento que a população demonstra ao colaborar com o “natal do lixeiro”.
Na Uberaba Ambiental (empresa responsável pela coleta de lixo de Uberaba), a caixinha do natal do lixeiro é chamada de Papai Noel, e normalmente ela é tão gorda que permite aos coletores dividirem o que ganham entre si e também entre aqueles que necessitam.
Marcos Santana, 36 anos, é coletor há treze anos e diz ter entrado nessa profissão por curiosidade, mas gostou tanto que trabalha até hoje. Durante os quinze dias que antecedem o natal, ele e sua equipe passam recolhendo o lixo e as doações que as pessoas dão, porém, como trabalham no dia do natal, só podem dividir aquilo que arrecadam após a data. Apesar do trabalho no Natal, ele sempre reúne a família para cear, e diz que não há lembrança de nenhum natal que não houvesse comemorado.
Ao ser questionado sobre o que faz com as doações recebidas no Papai Noel do lixeiro, Marcos conta que fica apenas com uma parte das doações e, com o restante, faz cestas para famílias carentes. “É muito bom ter a oportunidade de receber tantas coisas e poder doar uma parte. Faço isso todo ano. Isso faz meu natal mais feliz,” confidencia Marcos.
Além do sentimento de solidariedade, um outro sentimento toma conta da equipe: é o de reconhecimento, pois a maioria das pessoas ajuda. “A população manifesta o reconhecimento através das doações, que normalmente são feitas com muito carinho para com os coletores. Isso é merecido porque nesse trabalho não tem sol, nem chuva, nem feriado; o lixo tem que sair das ruas, sempre,” afirma Geveral.
É justamente esse motivo que leva a moradora do bairro São Benedito, Katia Etel Pereira Gomes, de 43 anos, a colaborar todo ano com o natal do lixeiro. Ela diz que, nessa época do ano, sentimentos bons e fraternais tomam conta das pessoas e, sendo assim, é sempre bom lembrar daqueles que ajudam a todos
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