domingo, 31 de janeiro de 2016

Coluna Cláudio Humberto


31 de Janeiro de 2016
Usado pela propaganda do governo do PT como a chave para “o fim da pobreza no Brasil”, o pré-sal está inviabilizado pela dívida de R$ 500 bilhões da Petrobras. É a maior dívida de uma petroleira em todo o mundo. Para o mercado financeiro, o governo caminha na contramão do mundo, aumentando o preço de derivados de petróleo, impactando na produção. No primeiro mandato, Dilma prometia de 4,2 milhões de barris de petróleo por dia. Em outubro, isso caiu para 2,7 milhões.
Para o especialista Adriano Pires, a Petrobras será forçada a fazer novos cortes em investimento, o que a levará a reduzir a produção.
O governo previa um preço médio de US$ 100 para produção do petróleo. Hoje, o preço do barril de petróleo está a 35 US$.
Em seu 5º congresso, o PT proclamou que o Brasil estava na iminência de virar um dos maiores produtores mundiais de petróleo. Era mentira.
Numa comparação, nos Estados Unidos, a gasolina foi vendida em 2015 ao menor valor desde 2009. No Brasil, ela subiu 20%.
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Apesar de parecer de férias, a oposição ainda tenta, encabulada, viabilizar o impeachment de Dilma após o Supremo Tribunal Federal ter confirmado o rito do processo no fim do ano passado. A ideia é repetir as manifestações de junho de 2013. Organizado pelo Movimento Brasil Livre, um protesto já está marcado para 13 de março, mas a oposição está reticente e já admite atender ao aceno do governo por “diálogo”.
Aguardando a pressão popular, a oposição adiou a discussão do impeachment de Dilma para depois do carnaval.
Protestos contra a tarifa de ônibus, estimulados por entidades pró-PT, ignoram Dilma e a roubalheira, mas ela teme a perda de controle.
A oposição não se dedica ao impeachment para não ser associada a Eduardo Cunha, apontado “capitão do pedido” pelo Planalto.
A Petrobras despejou R$ 800 mil dos contribuintes no convescote “Fórum Social Mundial”, apenas um palanque para o MST e sindicalistas ligados ao PT e membros da UNE, controlada pelo PCdoB, protestarem contra o impeachment. Contra a ladroagem, nada.
O Fórum Social Mundial é bancado pela Petrobras, com dinheiro do contribuinte, há 15 anos. A grana fácil vem desde a primeira edição, em 2001, penúltimo ano do governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB).
Os petistas detestaram: Dilma admitiu que a única boa notícia sobre o zika vírus, até agora, foi do governador tucano Geraldo Alckmin: o Instituto Butantan iniciou os testes para a vacina contra dengue.
No gabinete de Eduardo Cunha o clima é de festa desde a notícia de que o presidente do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski, avisou ao Planalto sobre da fragilidade do pedido para afastar o presidente da Câmara dos Deputados do cargo.
A campanha eleitoral deste ano trará novidades que podem influenciar nos resultados das urnas: terá apenas 45 e não mais 90 dias, e a propaganda eleitoral no rádio e TV começa só a 35 dias do 1º turno.
O ex-ministro Eliseu Padilha montou um cronograma de visitas aos estados na busca para reeleger Michel Temer presidente do PMDB. “Estamos trabalhando duro, mas ainda não temos adversário”, diz.
Ao contrário de Dilma, especialista em grosserias, o presidente eleito de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, é conhecido pela fidalguia. Ele trata bem a todos que o cercam e responde pessoalmente a todas as mensagens que recebe – entre as quais, claro, não está uma de Dilma.
O deputado Eduardo da Fonte (PP-PE) saiu para o recesso com a certeza da reeleição para líder do PP. Perdeu força. O ex-ministro Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) aparece como favorito para desbancá-lo.
Finalmente o Brasil vai à guerra. Contra mosquitos e com grande chance de perder.

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