segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

Quando...(imitação tupiniquim do poema "SE" de Rudyard Kipling)

Falência das Instituições Brasileiras

Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Claudio Belodi


Quando o Presidente do Supremo Tribunal Federal, em sessão solene de reabertura do recesso do judiciário, ousa reclamar do corte do orçamento da instituição, como a ela não coubessem sacrifícios devido a situação que o país enfrenta;


Quando o Presidente da Câmara dos Deputados, na mesma solenidade, pede ao serviço de protocolo da Suprema Corte para não se sentar ao lado de uma autoridade da República;


Quando a referida autoridade da República, o Procurador Geral, não cumprimenta o Presidente do Legislativo, naquele encontro institucional;


Quando a Presidente da República, vai ao Congresso Nacional, na reabertura dos trabalhos legislativos levar a mensagem e não discursa acariciando o apoio do Congresso aos pretensos projetos do executivo, repete a mesma retórica e, ainda, não cumprimenta o Presidente da Casa;

Quando o plenário da Casa de Leis falta à educação para a ocasião e, ainda, há representantes do povo (que representantes!) que interrompem o discurso para se pronunciarem individualmente sobre assuntos alheios ao momento;


Quando Delegados da Polícia Federal vão à mídia para reclamar do corte orçamentário, numa situação que todos os brasileiros estão apertando os cintos, e clama que a falta de recursos impede o trabalho sério, como se a instituição fosse a pura moralidade;

Quando o Juiz Federal, que comanda os processos da Operação Lava Jato mantém trancafiados apenas os doadores, está por sua vez, beneficiando os donatários, cedendo-lhes tempo para angariar provas e desparecer com as polpudas propinas;



Quando acordos de delação premiada reduz as penas daqueles que já estão pagando, e as reduz drasticamente, e os verdadeiros beneficiários sequer foram denunciados, pode-se deduzir que há vantagens negociadas nesses acertos jurídicos;


Quando e enquanto o Presidente da Câmara dos Deputados continua a fazer manobras administrativas absurdas e poucos, ou nenhum, tem a coragem de deflagrar uma frente política de destituição, isso nos faz pensar que gordas propinas o fazem se manter no cargo;

Quando nenhuma CPI digna de apuração de atos e fatos do Petrolão vicejou para responder a indignação da Nação, é porque e igualmente, um poder paralelo suplanta todas as instituições, maquiavelicamente fazendo acertos nos bastidores;


Quando em outros países os políticos ao serem denunciados vêm a público pedir desculpas ao povo, e alguns até se suicidam de vergonha, a nossa Câmara dos Deputados e Senado Federal está cheia de ladrões e bandidos, fazendo as leis para o bem estar da sociedade (que Leis!);

Quando, até a merenda escolar das pobres crianças tem a ração reduzida devido ao desvio de verbas, ou servida de segunda, é porque falta vergonha;

Quando a Receita Federal do Brasil abusa da privacidade dos cidadãos, legislando paralelamente, sem ter o poder de fazê-lo, e obriga que os contratos sejam escancarados com a descarada desculpa que os dados obtidos de terceira parte serão confidenciais, mas se assim o é, porque obtê-los? 

Pasme – atualmente qualquer transação de R$ 2.000,00 estará à disposição da Receita Federal, e Você poderá ser intimado a esclarecer, mesmo que o gasto tenha sido numa pescaria com amigos ou venha a emprestar ou receber uma ajuda do sogro(a). Você não vai escapar se pagou o hospital ou gastou na noitada.



Por isso e outras coisas mais, conclui-se que nossas instituições não podem ser respeitadas, porque estão quebradas, mesmo que alguns poucos se esforcem eticamente. Falidas seria um termo mais apropriado.


Claudio Belodi é Empresário no setor de Tecnologia e Arquitetura Ambiental.






'Se', de Rudyard Kipling

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