Falência das Instituições Brasileiras
Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Claudio Belodi
Quando o Presidente do Supremo Tribunal Federal, em sessão
solene de reabertura do recesso do judiciário, ousa reclamar do corte do
orçamento da instituição, como a ela não coubessem sacrifícios devido a
situação que o país enfrenta;
Quando o Presidente da Câmara dos Deputados, na mesma solenidade, pede ao serviço de protocolo da Suprema Corte para não se sentar ao lado de uma autoridade da República;
Quando a referida autoridade da República, o Procurador Geral, não cumprimenta o Presidente do Legislativo, naquele encontro institucional;
Quando a Presidente da República, vai ao Congresso Nacional, na reabertura dos trabalhos legislativos levar a mensagem e não discursa acariciando o apoio do Congresso aos pretensos projetos do executivo, repete a mesma retórica e, ainda, não cumprimenta o Presidente da Casa;
Quando o plenário da Casa de Leis falta à educação para a ocasião e, ainda, há representantes do povo (que representantes!) que interrompem o discurso para se pronunciarem individualmente sobre assuntos alheios ao momento;
Quando Delegados da Polícia Federal vão à mídia para reclamar do corte orçamentário, numa situação que todos os brasileiros estão apertando os cintos, e clama que a falta de recursos impede o trabalho sério, como se a instituição fosse a pura moralidade;
Quando o Juiz Federal, que comanda os processos da
Operação Lava Jato mantém trancafiados apenas os doadores, está por sua vez,
beneficiando os donatários, cedendo-lhes tempo para angariar provas e
desparecer com as polpudas propinas;
Quando acordos de delação premiada reduz as penas daqueles que já estão pagando, e as reduz drasticamente, e os verdadeiros beneficiários sequer foram denunciados, pode-se deduzir que há vantagens negociadas nesses acertos jurídicos;
Quando e enquanto o Presidente da Câmara dos Deputados
continua a fazer manobras administrativas absurdas e poucos, ou nenhum, tem a
coragem de deflagrar uma frente política de destituição, isso nos faz pensar
que gordas propinas o fazem se manter no cargo;
Quando nenhuma CPI digna de apuração de atos e fatos do
Petrolão vicejou para responder a indignação da Nação, é porque e igualmente,
um poder paralelo suplanta todas as instituições, maquiavelicamente fazendo
acertos nos bastidores;
Quando em outros países os políticos ao serem denunciados vêm a público pedir desculpas ao povo, e alguns até se suicidam de vergonha, a nossa Câmara dos Deputados e Senado Federal está cheia de ladrões e bandidos, fazendo as leis para o bem estar da sociedade (que Leis!);
Quando, até a merenda escolar das pobres crianças tem a
ração reduzida devido ao desvio de verbas, ou servida de segunda, é porque
falta vergonha;
Quando a Receita Federal do Brasil abusa da privacidade
dos cidadãos, legislando paralelamente, sem ter o poder de fazê-lo, e obriga
que os contratos sejam escancarados com a descarada desculpa que os dados
obtidos de terceira parte serão confidenciais, mas se assim o é, porque
obtê-los?
Pasme – atualmente qualquer transação de R$ 2.000,00 estará à
disposição da Receita Federal, e Você poderá ser intimado a esclarecer, mesmo
que o gasto tenha sido numa pescaria com amigos ou venha a emprestar ou receber
uma ajuda do sogro(a). Você não vai escapar se pagou o hospital ou gastou na
noitada.
Por isso e outras coisas mais, conclui-se que nossas instituições não podem ser respeitadas, porque estão quebradas, mesmo que alguns poucos se esforcem eticamente. Falidas seria um termo mais apropriado.
Claudio Belodi é Empresário no setor de Tecnologia e
Arquitetura Ambiental.
'Se', em tradução de Guilherme de Almeida
Se és capaz de manter a tua calma quando / Todo o mundo ao teu redor
já a perdeu e te culpa; / De crer em ti quando estão todos duvidando, /
E para esses no entanto achar uma desculpa;/ Se és capaz de esperar
sem te desesperares,/ Ou, enganado, não mentir ao mentiroso,/
Ou, sendo odiado, sempre ao ódio te esquivares,/ E não parecer bom demais,
nem pretensioso;/
Se és capaz de pensar -- sem que a isso só te atires,/ De sonhar --
sem fazer dos sonhos teus senhores./ Se encontrando a desgraça e
o triunfo conseguires/ Tratar da mesma forma a esses dois impostores;
/ Se és capaz de sofrer a dor de ver mudadas/ Em armadilhas as
verdades que disseste,/ E as coisas, por que deste a vida, estraçalhadas,
/ E refazê-las com o bem pouco que te reste;/
Se és capaz de arriscar numa única parada/ Tudo quanto ganhaste em toda
a tua vida,/ E perder e, ao perder, sem nunca dizer nada,/ Resignado, tornar
ao ponto de partida;/ De forçar coração, nervos, músculos, tudo/ A dar seja
o que for que neles ainda existe,/ E a persistir assim quando, exaustos,
contudo,/
Resta a vontade em ti que ainda ordena: "Persiste!";/
Se és capaz de, entre a plebe, não te corromperes/ E, entre reis, não perder
a naturalidade,/ E de amigos, quer bons, quer maus, te defenderes,/ Se a
todos podes ser de alguma utilidade,/ E se és capaz de dar, segundo por
segundo,/ Ao minuto fatal todo o valor e brilho,/ Tua é a terra com tudo o
que existe no mundo/ E o que mais -- tu serás um homem, ó meu filho!

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