Por Alan Faleiro
A prática de cortar rabo e orelhas de cães, que já foi até mesmo padrão de estética para algumas raças, é considerada mutilação e crime ambiental.
Segundo o médico veterinário Lucas Lorenzom, no Brasil, a conchectomia (corte de orelha) passou a ser proibida em 2008 e, desde então, houve a recomendação para que não fosse realizada a caudectomia (corte da cauda), que, em 2013, também passou a ser considerada crime, salvo mediante necessidade justificável como tumores e lesões irreversíveis.
'O profissional que realizar sem justificativa plausível, está sujeito a processo ético profissional e corre o risco de perder o diploma.'
Lorenzom recorda que, há poucos anos, era comum avistar cães com orelhas e caudas cortadas, 'como se isso fosse algo natural dos mesmos'. 'Isso era muito comum em algumas raças como pitbull, dobermann, rottweiler, pinscher, cocker, poodle, boxer, entre outros.'
BUSCA PELOS PROCEDIMENTOS
De acordo com Lorenzom, atualmente, a clínica veterinária em que atua ainda recebe vários telefonemas de proprietários interessados em realizar os procedimentos. 'Mas sempre explicamos o porquê de não fazer', garante. Na maioria das vezes, diz, a única justificativa do tutor é a questão estética.
O médico veterinário destaca que a caudas e as orelhas têm uma função para os animais. Conforme o profissional, o corte do rabo diminui o senso gravitacional dos animais. 'É também uma maneira de mostrar emoções.' Já as orelhas longas, explica, protegem a estrutura interna do ouvido, como de contaminações do meio externo.
GATOS
Além do corte de caudas e orelhas de cães, o veterinário menciona que outra prática comum e também proibida é a onicectomia (amputação das unhas), muito realizada em gatos para evitar que eles não destruam os móveis, por exemplo. Lorenzom ressalta que as unhas são importantes aos gatos porque eles as utilizam para se equilibrar, marcar território e também se defender. 'Além disso, a cirurgia é extremamente dolorosa, pois além das unhas, são removidos ossos, tendões, e articulações', acrescenta.
Fonte: Folha do Mate
Nota do Olhar Animal: Estas cirurgias não foram proibidas em 2008 e sim em 1934, pelo decreto-lei 24.645.
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