OLHAR ANIMAL
Os especialistas pedem ao prefeito de Valencia rejeitar qualquer tipo de festa taurina. Tradução de Flavia Luchetti
A Associação de Veterinários Abolicionistas da Tauromaquia e
dos Maus-tratos a Animais (AVATMA) pediu que sejam rejeitados quaisquer
tipos de festejos taurinos, em resposta a proposta do prefeito de
Valencia, Joan Ribó, de manter as touradas, sem a morte do touro na
arena. Eles garantem que os touros também sofrem mesmo que não sejam
mortos no final.
Deste modo, os veterinários pediram ao mandatário que
modifique suas declarações e defenda abolir o incentivo de quaisquer
tipos de festas taurinas, apostando na promoção de espetáculos livres de
maus-tratos a animais. Por sua vez, o prefeito de Valencia declarou que
se deve trabalhar para que na Espanha se realizem touradas "à
portuguesa", ou seja, que o animal não seja morto na arena.
O presidente da AVATMA, José Enrique Zaldívar, afirma que a
violência e crueldade aos bovinos é "evidente em todos os espetáculos
taurinos, sem exceção, independentemente de que sejam feridos ou não, e
de que eles sejam mortos longe da vista dos espectadores".
A organização enviou um relatório para Ribó garantindo que
nos festejos taurinos os animais sofrem "tanto física como
emocionalmente de um modo tão intenso como inquestionável".
Em resumo, o relatório veterinário conclui que mesmo nas
"touradas não cruéis", os touros podem sofrer perda da visão, medo,
estresse, acidose metabólica, dificuldades respiratórias e diversas
lesões musculares ao serem forçados a realizar um exercício extenuante
que seu organismo de ruminante não está adaptado.
O relatório também adverte que na tourada portuguesa a
cavalo o sofrimento do touro ainda é maior do que na tourada clássica
porque ele tem seus chifres amputados e, depois, passa horas agonizando
nos currais das arenas ou nos caminhões de transporte antes de ser
enviado ao matadouro.
Fonte: Levante
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