segunda-feira, 21 de março de 2016

Veterinários abolicionistas dizem que mesmo que não seja morto o touro sofre durante a tourada

Os especialistas pedem ao prefeito de Valencia rejeitar qualquer tipo de festa taurina.
Tradução de Flavia Luchetti
Espanha Valencia abolicionistas touro sofre touradasVeterinários abolicionistas respondem a Ribó que os touros também sofrem mesmo que não os matem. (Foto: Europa Press)
A Associação de Veterinários Abolicionistas da Tauromaquia e dos Maus-tratos a Animais (AVATMA) pediu que sejam rejeitados quaisquer tipos de festejos taurinos, em resposta a  proposta do prefeito de Valencia, Joan Ribó, de manter as touradas, sem a morte do touro na arena. Eles garantem que os touros também sofrem mesmo que não sejam mortos no final.


Deste modo, os veterinários pediram ao mandatário que modifique suas declarações e defenda abolir o incentivo de quaisquer tipos de festas taurinas, apostando na promoção de espetáculos livres de maus-tratos a animais. Por sua vez, o prefeito de Valencia declarou que se deve trabalhar para que na Espanha se realizem touradas "à portuguesa", ou seja, que o animal não seja morto na arena.


O presidente da AVATMA, José Enrique Zaldívar, afirma que a violência e crueldade aos bovinos é "evidente em todos os espetáculos taurinos, sem exceção, independentemente de que sejam feridos ou não, e de que eles sejam mortos longe da vista dos espectadores".
A organização enviou um relatório para Ribó garantindo que nos festejos taurinos os animais sofrem "tanto física como emocionalmente de um modo tão intenso como inquestionável".


Em resumo, o relatório veterinário conclui que mesmo nas "touradas não cruéis", os touros podem sofrer perda da visão, medo, estresse, acidose metabólica, dificuldades respiratórias e diversas lesões musculares ao serem forçados a realizar um exercício extenuante que seu organismo de ruminante não está adaptado.


O relatório também adverte que na tourada portuguesa a cavalo o sofrimento do touro ainda é maior do que na tourada clássica porque ele tem seus chifres amputados e, depois, passa horas agonizando nos currais das arenas ou nos caminhões de transporte antes de ser enviado ao matadouro.


Zaldívar acredita que a proposta de Ribó, de touradas convencionais sem morte pública, continuaria causando "lesões físicas tremendas, dores e hemorragias abundantes" provocadas pelas lanças e bandarilhas, de modo que "em nenhum momento o espetáculo estaria livre de sofrimento e crueldade".


Fonte: Levante

Mais notícias

Nenhum comentário: