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Crocodilo-do-orinoco é considerado o maior predador das Américas, mas está criticamente ameaçado de extinção. Foto: Josh More/Flickr
Crocodilo-do-orinoco é considerado o maior predador das Américas, mas está criticamente ameaçado 
de extinção. Foto: Josh More/Flickr

Manaus, AM -- A infidelidade de crocodilos-do-orinoco (Crocodylus intermedius) reintroduzidos na natureza foi comprovada por testes de paternidade realizados em ninhos da Estação Biológica El Frio, na Venezuela.


Esta é uma boa notícia para os esforços de reintrodução e conservação desta espécie considerada criticamente ameaçada de extinção pelos critérios da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN, em inglês).


O crocodilo-do-orinoco é o maior predador das Américas (maior do que o jacaré-açu amazônico), com registro de animais com mais de 6 metros de comprimento, mas devido à caça em busca de seu couro, a população dos animais foi bastante reduzida nos séculos XIX e XX. Hoje é uma das espécies de crocodilianos mais ameaçadas do mundo e está restrito a poucas populações no Vale do Orinoco, na Colômbia e Venezuela.

O estudo foi publicado em março, no jornal científico de acesso aberto PLOS ONE, pela equipe da pesquisadora Natalia Rosse Laferriere, da Universidade de Columbia, Estados Unidos. Por meio de análises genéticas, os pesquisadores descobriram que 14 fêmeas e 16 machos eram responsáveis pelos filhotes encontrados em 20 ninhos diferentes e, em cada ninho, os ovos haviam sido fertilizados por dois ou três machos diferentes.


De acordo com os pesquisadores, além de a paternidade múltipla contribui para aumentar a diversidade genética da espécie e, por ter sido registrada em uma população reintroduzida, atesta o sucesso do programa em curso. Mas eles admitem, no entanto, que são necessários mais estudos para descobrir outros fatores que podem ajudar nos esforços de conservação da espécie. 


Eles verificaram também que os machos contribuem de forma desigual para a prole, alguns são responsáveis por um número maior de filhotes. O resultado indicou que apenas seis machos eram responsáveis por 90% da prole. E apenas dois ou três machos eram responsáveis por 70% dos filhotes. Foi a primeira evidência de múltipla paternidade (quando vários pais são responsáveis por fecundar ovos de uma mesma ninhada) na população de crocodilos reintroduzida na Estação Biológica.
Estudo foi realizado em ninhos de crocodilos reintroduzidos na Estação Biológica El Frio, na Venezuela. Divulgação.
Estudo foi realizado em ninhos de crocodilos reintroduzidos na Estação Biológica El Frio, na 
Venezuela. Divulgação.