07/09/2015 07h38
- Atualizado em
07/09/2015 09h06
Espécie é mais inteligente e tem olfato mais desenvolvido.
Roedores podem varrer 200 metros quadrados em menos de 20 minutos.
Oito
machos e sete fêmeas percorrem metro a metro terrenos repletos de
materiais explosivos. (Foto: George Nickels/Facebook APOPO)
"Ela é minha favorita porque é muito sensível e ativa", disse, orgulhosa, a treinadora.
A ONG belga Apopo enviou em junho, da Tanzânia, onde são utilizados para detectar tuberculose, 15 exemplares deste rato natural de Gâmbia, que já foi usado pela organização em outros países assolados por conflitos armados como Moçambique e Angola.
Oito machos e sete fêmeas percorrem metro a metro terrenos repletos de materiais explosivos e chamarizes enquanto são guiados por dois treinadores, que premiam cada vida salva com um pedaço de banana.
Ratos são treinados para encontrar explosivos no Camboja (Foto: George Nickels/Facebook APOPO)
O coordenador do programa, Bunthourn Theap, afirmou que os roedores podem varrer um terreno de 200 metros quadrados em menos de 20 minutos, "algo que levaria dias para um ser humano", e "pesam tão pouco que não ativam as minas".
Theap acrescentou que os pequenos companheiros de trabalho também têm vantagem sobre os cães, já que podem ser transportados à mão e é fácil que se adaptem a outro adestrador por não desenvolverem vínculos afetivos tão profundos.
"Os cães são muito mais caros, comem mais e custa mais mantê-los. Os ratos podem ser mantidos com US$ 5", comentou o coordenador da Apopo.
Ratos são treinados para encontrar explosivos no Camboja (Foto: George Nickels/Facebook APOPO)
Cerca de 20 mil cambojanos morreram desde 1979, ano no qual caiu o Khmer Vermelho, e outros 45 mil sofreram lesões - incluindo 9 mil amputações -, segundo dados do governo.
Embora o número de acidentes tenha diminuído drasticamente de vários milhares por ano na década de 1990 para centenas nos últimos anos, as estimativas oficiais indicam que ainda restam entre quatro milhões e seis milhões destes materiais bélicos no país asiático.
Ratos são treinados para encontrar explosivos no Camboja (Foto: George Nickels/Facebook APOPO)
Em uma região assolada pela guerra, os ratos são especialmente efetivos em áreas com muitos fragmentos, já que só se focam no explosivo, e não no metal de máquinas, explicou Meas Chamreun, um dos treinadores.
O Centro de Ação contra as Minas do Camboja, que supervisiona o projeto, determinará se é possível utilizar os animais nos campos minados depois dos seis meses de treinamento previstos.
Por sua vez, os funcionários cambojanos que trabalham dia a dia com os ratos mostram um apreço que vai além de seu trabalho.
Enquanto recoloca manualmente os roedores a suas jaulas, onde uma ficha detalha o nome de cada um, assim como o de seus pais, Sophea Mau descarta qualquer aversão aos animais.
"Eles são como da minha família, para mim todos são heróis", disse a adestradora.
Treinador brinca com rato que está sendo ensinado a encontrar explosivos no Camboja (Foto: Apopo)
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