sexta-feira, 29 de julho de 2016
Muitos dos poluentes encontrados são compostos de origem industrial já banidos no país.
A afirmação é de José Lailson Brito, coordenador das atividades de
mamíferos aquáticos da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Há mais
de 20 anos, o profissional monitora os poluentes nos organismos desses
animais e os principais produtos encontrados, segundo ele, são compostos
de origem industrial, muitos já banidos no país.
Presente no brasão da cidade do Rio e ícone da fauna marítima da baía, o
boto-cinza é hoje um animal em extinção. De uma população de mais de
800 animais na década de 1970, com essa última morte registrada restam
apenas 36. “Os botos são o retrato do que é a Baía de Guanabara, que
virou um estacionamento de navios, são mais de 80 navios fundeados”
disse. O oceanógrafo alertou que a poluição acústica produzida por essas
embarcações também é preocupante. “O ruído debaixo d’água nas áreas de
fundeio é um absurdo e espanta a fauna”.
O pesquisador também criticou a exploração sem freios do petróleo no
estado. “O pré-sal elegeu a Baía de Guanabara como o centro de
operações. Há vários terminais, estaleiros, em virtude da indústria do
petróleo, e uma pressão para aumentar as áreas de fundeio, algo
completamente absurdo, como em áreas próximas às de proteção ambiental”,
denunciou.
Para o presidente da Comissão Especial da Bahia de Guanabara, Flávio
Serafini, o aumento da presença frequente de barcos da indústria do
petróleo tem sido pouco discutido. “Hoje, sabemos que o perfil do uso da
baía está em um processo acelerado de mudança e precisamos aprofundar
as questões a respeito dos licenciamentos ambientais e estudos
ambientais sobre a presença industrial ali”.
Fonte: Ciclo Vivo
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