quinta-feira, 25 de agosto de 2016
O Japão é um dos principais consumidores de equipamentos eletrônicos do mundo e cada aparelho possui metais preciosos.
Os jogos olímpicos do Rio acabaram e agora foi dada oficialmente a
largada para o preparo da próxima olimpíada, a ser realizada em Tóquio,
em 2020. Entre os desafios dos japoneses está a missão de reduzir os
impactos ambientais do evento esportivo. Para isso, um dos planos é
produzir as medalhas olímpicas a parte de resíduos eletrônicos
reciclados.
A ideia surgiu a partir da preocupação ambiental, mas principalmente
porque o Japão quase não produz metais preciosos. Por outro lado, a
nação é uma das principais consumidoras de equipamentos eletrônicos do
mundo e cada um desses aparelhos possui um pouquinho de ouro e outros
metais importantes em sua composição.
O desafio
Para se ter ideia do tamanho do desafio, em Londres, por exemplo, os
ingleses gastaram 9,6 kg de ouro, 1.210 kg de prata e 700 kg de cobre
para fabricar as medalhas entregues aos atletas na olimpíada e
paralimpíada de 2012. A quantidade de ouro é menor porque as medalhas de
ouro possuem apenas 1,2% deste metal em sua composição. A base é feita,
principalmente de prata. No Rio de Janeiro foram entregues 5.130
medalhas e a expectativa é de que em Tóquio o número seja ainda maior.
A proposta
Para dar conta disso tudo, os organizadores dos jogos propuseram ao
Comitê Olímpico Internacional usar os metais retirados dos resíduos
eletrônicos para fabricar as medalhas. A oferta ainda não foi aceita,
mas a estratégia ajudaria a resolver dois problemas de uma só vez: a
falta de novos recursos e a conscientização sobre a reciclagem de
eletrônicos, que ainda é baixa entre os japoneses, mesmo que eles sejam
acostumados a separar e destinar adequadamente seu lixo.
Os entraves
A cada ano o Japão tem 650 mil toneladas de lixo eletrônico descartado,
mas, conforme informado pela imprensa local, apenas 100 mil toneladas
são recicladas. A meta dos municípios, conforme determinação do
Ministério do Meio Ambiente, era recolher um quilo de pequenos
eletrônicos por habitante, mas a média tem sido de apenas cem gramas.
Outro problema é que por faltar recursos, as próprias empresas de
eletrônicos reaproveitam praticamente todo o metal retirado dos
eletrônicos que têm a destinação correta.
Independente do setor empresarial, as autoridades japonesas esperam
conseguir a liberação para seguir adiante com o projeto como forme de
mobilizar a população por esta causa e ter benefícios sentidos em longo
prazo. Este seria um verdadeiro legado olímpico deixado para a história
do Japão.
Fonte: Ciclo Vivo
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