(eco)
O
desmatamento na Amazônia brasileira sofreu uma drástica redução nos
últimos anos. Em 2005, cerca de 19 mil km2 de florestas foram
derrubadas, contra 5 mil km2 em 2014. Uma queda de 70%. Um feito que
demonstra ser possível avançar no controle da destruição da floresta. No
entanto, desde 2012 esta taxa insiste em se manter ao redor de 5 mil
km2.
A floresta, portanto, continua sendo removida, só que a uma
velocidade menor. A remoção da floresta, combinada com o aquecimento
global, poderá gerar impactos nefastos no regime das chuvas e nos ciclos
hidrológicos da região. Portanto, o desafio imposto à sociedade está em
zerar o desmatamento da Amazônia
. Este cenário de urgência e as estratégias para por fim ao desmatamento na Amazônia estão explicitados no artigo publicado esta semana no jornal científico Elementa. O artigo intitulado“Achieving zero deforestation in the Brazilian Amazon: what is missing?” (“Atingindo o desmatamento zero na Amazônia Brasileira: o que está faltando?”) é de autoria dos pesquisadores Paulo Moutinho e Raissa Guerra do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM), e de Claudia Azevedo-Ramos, do Núcleo de Altos Estudos Amazônicos (NAEA/UFPa). O artigo é parte de uma edição especial da revista Elementa a qual é inteiramente dedicada ao desmatamento na Amazônia.
Além
de identificarem as ameaças sócio-político-econômicas à maior floresta
tropical do planeta, os autores indicam seis estratégias fundamentais
para por fim, de vez, ao desmatamento. São elas: (salvaguardas
sócio-ambientais para as grandes obras de infraestrutura da região;
incentivos positivos para a produção sustentável de commodities;
política socioambiental para os assentamentos de reforma agrária;
implementação do Código Florestal; direitos aos povos indígenas e
comunidades tradicionais sobre seus territórios, com expansão de áreas
protegidas, e; alocação de quase 80 milhões de hectares de florestas
públicas ainda sem destinação para a conservação ou uso sustentável.
De
acordo com Paulo Moutinho, pesquisador sênior do IPAM, o fim do
desmatamento na Amazônia brasileira deveria acontecer muito antes de
2030, data estabelecida pelo governo brasileiro para pôr fim ao problema
e que foi anunciada durante a Conferência do Clima, realizada em Paris,
no final do ano passado. “Está cada vez mais claro, à luz da ciência,
que manter floresta em pé é manter funcionando o regador de uma boa
parte da produção agrícola do país e o ar condicionado de vastas áreas
na região”, destacou o pesquisador
“No atual contexto de perturbações políticas e econômicas, o desmatamento zero deve ser visto como uma oportunidade para aliar desenvolvimento a preservação, e não como um obstáculo ao crescimento”, enfatizou a pesquisadora Raissa Guerra, que observou ainda a necessidade do controle definitivo desta problemática na região.
Saiba mais sobre o IPAM: www.ipam.org.br
Mais informações para a imprensa:
Cristina Amorim – (61) 9 9127-6994 e cristina.amorim@ipam.org.br
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quarta-feira, 21 de setembro de 2016
Desmatamento zero na Amazônia Brasileira: o que está faltando?
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