quarta-feira, 21 de setembro de 2016

Sobre o Park Way


Em época de crise hídrica e estiagem, o que menos precisam é cimentar e ladrilhar o Cerrado. O Park Way presta um importantíssimo serviço ambiental para a população do DF. 
 
A  pouca chuva que cai, que tende cada vez mais a ser a regra e não a exceção, penetra exatamente nas áreas verdes que cobrem as residências e áreas verdes do Park Way, abastecendo o lençol freático e cursos d'água, os quais  contribuem para  o sistema hídrico do Lago Paranoá, reservatório este que irá abastecer em breve a população do DF.  
 
 
A CAESB já perdeu várias pequenas captações de água exatamente porque essas foram aterradas e/ou secaram e/ou ficaram poluídas. Já na década de 90,  as que haviam sido desativadas abasteciam cerca de 75 mil pessoas. De lá para cá, outras também pararam de ofertar água. 
 
 
A CAESB pretende agora retornar a captar água em algumas dessas captações. Como dito pelo presidente da ADASA, Dr. Paulo Salles "toda gota conta"( Globo Comunidade, 17/09/2016). 
 
 
Se é assim, toda área verde, todo Cerrado em pé conta. Logo, a comunidade do Park Way volta a afirmar que medidas renitentes do Governo para liberar o parcelamento dos   terrenos Park Way e ocupar as áreas verdes do bairro,  travestida de espírito altruísta de querer ajudar seus moradores liberando comércio não será tolerada.   
 
 
A ponta do iceberg é o comércio, para em seguida vir o parcelamento indiscriminado do Park Way. Assim, reiteramos os 5 princípios que nos regem: 
 

Nós do Park Way lutamos para que nosso bairro seja o espaço onde a paisagem natural prevalece sobre a paisagem construída.  Um lugar em que um visitante percebe e sente que o silêncio de nossas ruas não é um vazio a ser preenchido, mas uma conquista, de anos, que não abrimos mão.  Tudo isso é e continuará a ser um patrimônio coletivo nosso e das futuras gerações se mantivermos 5 princípios norteadores:
1. MANTER a condição de um bairro Residencial Exclusivo;

2. ESTAR inserido em duas unidades de conservação (APA Gama Cabeça de Veado e Planalto Central) e querer permanecer sendo vista como tal. Seja dentro de qualquer instrumento que trate de planejamento e gestão territorial e ambiental;


3. ESTAR dentro de um programa internacional que é  a Reserva da Biosfera da UNESCO. E estar na zona de amortecimento da Reserva que EXIGE baixa densidade populacional;


4. ESTAR na zona de tutela do IPHAN,  uma vez que o Park Way está na bacia do Paranoá, que é a área de tamponamento do Conjunto Urbanístico de Brasília. Isso significa que a Portaria IPHAN n.68 /2012 que dispõe sobre delimitação e diretrizes para a área do entorno de Brasília faz com que haja altura máxima de prédios  também para o Park Way, para não comprometer a visibilidade do horizonte a partir da área tombada;


5.  SER fornecedora de importante serviço ambiental para a população do Distrito Federal.  Afinal, a comunidade, há anos, preserva, regenera e recompõe o Cerrado, para garantir os corredores ecológicos para diversas espécies. E também contribui para a integridade dos ecossistemas aquáticos, ajudando a qualidade e quantidade de água das drenagens que correm para dentro do Lago Paranoá,  futuro reservatório para abastecimento da população do DF. Em época de escassez hídrica, nosso papel é ainda mais importante. 



  


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