Em
época de crise hídrica e estiagem, o que menos precisam é cimentar e
ladrilhar o Cerrado. O Park Way presta um importantíssimo serviço
ambiental para a população do DF.
A pouca chuva que cai, que tende cada
vez mais a ser a regra e não a exceção, penetra exatamente nas áreas
verdes que cobrem as residências e áreas verdes do Park Way, abastecendo
o lençol freático e cursos d'água, os quais contribuem para o sistema
hídrico do Lago Paranoá, reservatório este que irá abastecer em breve a
população do DF.
A
CAESB já perdeu várias pequenas captações de água exatamente porque
essas foram aterradas e/ou secaram e/ou ficaram poluídas. Já na década
de 90, as que haviam sido desativadas abasteciam cerca de 75 mil
pessoas. De lá para cá, outras também pararam de ofertar água.
A CAESB
pretende agora retornar a captar água em algumas dessas captações. Como
dito pelo presidente da ADASA, Dr. Paulo Salles "toda gota conta"( Globo
Comunidade, 17/09/2016).
Se é assim, toda área verde, todo Cerrado em
pé conta. Logo, a comunidade do Park Way volta a afirmar
que medidas renitentes do Governo para liberar o parcelamento dos
terrenos Park Way e ocupar as áreas verdes do bairro, travestida de
espírito altruísta de querer ajudar seus moradores liberando comércio
não será tolerada.
A ponta do iceberg é o comércio, para em seguida
vir o parcelamento indiscriminado do Park Way. Assim, reiteramos os 5
princípios que nos regem:
Nós
do Park Way lutamos para que nosso bairro seja o espaço onde a paisagem natural
prevalece sobre a paisagem construída. Um
lugar em que um visitante percebe e sente que o silêncio de nossas ruas não é
um vazio a ser preenchido, mas uma conquista, de anos, que não abrimos mão. Tudo isso é e continuará a ser um patrimônio
coletivo nosso e das futuras gerações se mantivermos 5 princípios norteadores:
1. MANTER a condição de um bairro Residencial Exclusivo;
2. ESTAR inserido em duas unidades de conservação (APA
Gama Cabeça de Veado e Planalto Central) e querer permanecer sendo vista como
tal. Seja dentro de qualquer instrumento que trate de planejamento e gestão
territorial e ambiental;
3. ESTAR dentro de um programa internacional que é
a Reserva da Biosfera da UNESCO. E estar na zona de amortecimento da Reserva
que EXIGE baixa densidade populacional;
4. ESTAR na zona de tutela do IPHAN, uma vez que o
Park Way está na bacia do Paranoá, que é a área de tamponamento do Conjunto
Urbanístico de Brasília. Isso significa que a Portaria IPHAN n.68 /2012 que
dispõe sobre delimitação e diretrizes para a área do entorno de Brasília faz
com que haja altura máxima de prédios também para o Park Way, para não
comprometer a visibilidade do horizonte a partir da área tombada;
5.
SER fornecedora de importante serviço ambiental
para a população do Distrito Federal. Afinal, a comunidade, há anos,
preserva, regenera e recompõe o Cerrado, para garantir os corredores ecológicos
para diversas espécies. E também contribui para a integridade dos ecossistemas
aquáticos, ajudando a qualidade e quantidade de água das drenagens que correm
para dentro do Lago Paranoá, futuro reservatório para abastecimento da
população do DF. Em época de escassez hídrica, nosso papel é ainda mais
importante.
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