segunda-feira, 16 de janeiro de 2017
Entre agosto de 2015 e julho de 2016 (calendário oficial para medir o desmatamento), a Amazônia perdeu 7.989 quilômetros quadrados (km²) de floresta, a maior taxa desde 2008, segundo levantamento do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam) a partir de dados oficiais divulgados pelo governo federal no fim do ano passado.
O desmatamento no período equivale à derrubada de 128 campos de futebol
por hora de floresta, segundo a entidade. O perfil fundiário dos
responsáveis pela devastação teve pouca variação em relação aos últimos
anos: a maior derrubada ocorreu nas propriedades privadas (35,4%),
seguida de assentamentos (28,6%), terras públicas não destinadas e áreas
sem informação cadastral (24%), e pelas unidades de conservação, que
registraram 12% de todo o desmatamento verificado nos 12 meses
analisados.
De acordo com o Panorama do desmatamento da Amazônia 2016, os estados
que registraram maior aumento da taxa de desmatamento foram Amazonas,
Acre e Pará, com incremento de 54%, 47% e 41%, respectivamente. Em
números absolutos, o estado que mais desmatou foi o Pará, 3.025 km² de
floresta a menos; seguido de Mato Grosso, que perdeu de 1.508 km² de
vegetação nativa; e Rondônia, com 1.394 km² de derrubadas. Os três
estados respondem por 75% do total desmatado em 2016.
Segundo o levantamento do Ipam, o ranking de dez municípios que lideram o
desmatamento na Amazônia permanece praticamente inalterado nos últimos
anos. Cinco municípios da lista são do Pará: Altamira, São Feliz do
Xingu, Novo Repartimento, Portel e Novo Progresso. O ranking também tem
dois municípios amazonenses: Lábrea e Apuí; dois de Rondônia: Porto
Velho e Nova Mamoré; e um de Mato Grosso: Colniza, que lidera o
desmatamento no estado há, pelo menos, quatro anos.
O estudo aponta a necessidade de envolvimento da sociedade no controle
do desmatamento “com uma nova estruturação de ações de comando e
controle, criação de uma agenda positiva de incentivos à eficiência da
produção em áreas já desmatadas e mais apoio para quem mantém seu ativo
florestal, bem com participação do mercado e do sistema bancário no
controle do desmatamento”.
Histórico
Desde 2004, o desmatamento na Amazônia foi reduzido em mais de 70%, após o segundo pico mais alto da história do monitoramento do bioma, com 27.772 km². De 2009 a 2015, o ritmo da derrubada manteve-se estagnado em um patamar médio de 6.080 km² por ano. Em 2012, foi registrada a taxa de desmatamento mais baixa dos últimos 20 anos na Amazônia, com 4.571 km². No entanto, após essa data, o cenário de desmatamento apresentou sucessivos aumentos e pequenos recuos.
Os dados analisados pelo Ipam são do Projeto de Monitoramento do Desflorestamento na Amazônia Legal (Prodes).
Fonte: Ciclo Vivo
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