quarta-feira, 20 de setembro de 2017

O Globo – Furacão Maria atinge categoria 5 e põe Caribe em alerta de novo


O Globo – Furacão Maria atinge categoria 5 e põe Caribe em alerta de novo


Tempestade deve tocar terra em região que se recupera da passagem do Irma

-MIAMI- Enquanto o Caribe se recupera da passagem devastadora do furacão Irma, que deixou mais de 80 mortos e prejuízos bilionários na região, o furacão Maria ganhou força ontem à noite, chegando à categoria 5 (a mais forte) e registrando ventos de até 215 km/h. A aproximação da tempestade do leste do Caribe gerou alertas de emergência nas ilhas Guadalupe, Dominica, São Cristóvão e Nevis, Montserrat e Martinica. Já as populações de Barbuda, Saba, St. Eustatius e St. Lucia receberam ordens para se prepararem para uma tempestade tropical, ou seja, com ventos mais fracos.


Moradores de algumas ilhas da região começaram a sair de casa se antecipando à chegada da tempestade. Porto Rico, afetado de raspão pelo Irma há duas semanas, abriu refúgios e começou a desmantelar guindastes das obras de construção que poderiam ser vulneráveis aos fortes ventos do Maria. De acordo com o Centro Nacional de Furacões dos EUA (NHC, na sigla em inglês), o Maria deve atingir a ilha como uma tempestade extremamente perigosa e, pela primeira vez em 85 anos, um furacão de categoria 4 ou superior tocará terra no território, possivelmente amanhã. O governador Ricardo Rosselló decretou estado de emergência.


— Será diferente de tudo que Porto Rico já enfrentou até agora — advertiu Rosselló. — O que pedimos é que as pessoas abandonem áreas suscetíveis a inundações e deslizamentos, além de estruturas vulneráveis. Este é o momento de buscar refúgio com familiares e amigos, porque as equipes de resgate não poderão arriscar suas vidas com ventos de 80 km/h.


Segundo Rosselló, se as previsões meteorológicas estiverem certas, a passagem do Maria pode ser mais perigosa que as dos furacões Hugo — que deixou cinco mortos na ilha em 1989 — e Georges, que causou danos estimados em US$ 1,7 bilhão (R$ 3,1 bilhões) em 1998.
Issa Alexander, que teve a casa destruída e por pouco não sobreviveu à passagem do Irma pelas Ilhas Virgens britânicas, refugiou-se em Porto Rico e agora se vê novamente no caminho de uma tempestade, enquanto ainda tenta encontrar maneiras de se comunicar com parentes — as linhas telefônicas continuam fora de operação no arquipélago.


— Espero que o Maria não chegue, e não sei se minha família nas Ilhas Virgens está preparada — afirmou o jovem de 22 anos à rede CNN. — Só me resta esperar que Deus os proteja.
Autoridades de Porto Rico afirmam que há 450 abrigos capazes de proteger 62.714 pessoas, mas que esse número pode chegar a 125.428 em situações de emergência. No entanto, a passagem do Irma deixou vários abrigos destruídos e parte do território sem fornecimento de energia elétrica.


Em Dominica que, de acordo com o NHC, será atingida pelo centro da tempestade, o primeiro-ministro Roosevelt Skerrit exortou moradores a guardarem bens que possam se transformar em projéteis durante a passagem do furacão.


— As próximas horas devem ser dedicadas a limpar ruas e casas em vez de estocar comida e outros suprimentos — afirmou Skerrit em discurso na TV.


JOSÉ PERMANECE ATIVO Enquanto o Maria chega cada vez mais perto do Caribe, outro furacão atlântico, o José, tem causado tempestades tropicais na Costa Leste dos EUA. Embora o NHC não preveja que a tempestade toque a terra, aumentos nas marés devem ser esperados numa faixa de terra entre os estados de Rhode Island e Massachussets.


“Pequenas inundações litorâneas podem acontecer na região da Nova Inglaterra”, afirmou o NHC em comunicado, destacando que, embora deva perder força, o José deve se manter como um furacão até quinta-feira.


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