sexta-feira, 20 de abril de 2018
Mais da metade do esgoto produzido no Brasil vai para a natureza sem qualquer tipo de tratamento
Segundo os dados do SNIS, o Sistema Nacional de Informações sobre o
Saneamento, de cada 100 litros de esgoto produzido no ano de 2016, menos
de 45 litros foram tratados. O restante, ou seja 55% do total, foi
lançado na natureza sem qualquer tipo de tratamento.
Os números mostram que enquanto o fornecimento de água potável já está
próximo à universalização, a coleta e o tratamento do esgoto ainda são
um desafio.
83% da população recebe água potável em casa. O número ainda está abaixo
do acesso a 100% da população até 2030, mas bem acima do número de
pessoas que tem acesso ao serviço de coleta de esgoto.
Pouco mais da metade da população brasileira, 52%, pode contar com rede
de esgoto. O restante, mais de 100 milhões de pessoas ainda dependem de
fossas ou alternativas mais precárias para descartar o resíduo. 120
milhões não têm acesso ao tratamento dos resíduos.
Os números são de 2016 e foram analisados pelo Instituto Trata Brasil,
que produz o Ranking do Saneamento no Brasil. Para Pedro Scazufca um dos
responsáveis pela análise, o desafio é que para ampliar a rede de
coleta e tratamento é preciso plenajar e investir mais.
Já para Edson Aparecido da Silva, Coordenador do Fórum Alternativo
Mundial da Água, mais do que investimentos diretos é preciso rever o
modelo de tarifas praticado no Brasil. No geral, metade da tarifa que o
consumidor paga para as empresas de saneamento básico é para o
fornecimento de água. A outra metade para a coleta e o tratamento de
esgoto, que é paga, mesmo quando o serviço não é feito.
A análise também mostra que a desigualdade no saneamento básico também é
um problema. Segundo o ranking, nos 20 municípios com melhores índices
de saneamento básico, o atendimento com rede de esgoto fica acima de
90%, bem próximo do que é chamado de universalização do serviço. Já nas
20 cidades com o os piores índices, a cobertura fica abaixo de 30%.
Fonte: EcoDebate
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