Crianças brasileiras estão expostas a moléculas que mudam equilíbrio hormonal
Cosméticos são prováveis fontes de muitos disruptores endócrinos, que podem favorecer o desenvolvimento de doenças.
Por Jornal da USP
As crianças brasileiras estão expostas a níveis altos de parabenos e benzofenonas. Estas são, duas classes de disruptores endócrinos: um tipo de molécula que não ocorre de forma natural no organismo e que pode alterar o equilíbrio hormonal. Eles estão presentes em cosméticos e produtos de cuidado pessoal. É a principal conclusão de um estudo publicado na revista Environmental International, realizado por pesquisadores da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto (FCFRP) da USP em colaboração com pesquisadores norte-americanos.
No estudo, os pesquisadores analisaram amostras de urina de 300 crianças entre 6 e 14 anos, coletadas em 2012 e 2013 nas cinco regiões do Brasil. Nas amostras foi avaliada a presença de disruptores endócrinos. Apesar de também afetarem a saúde dos adultos, a exposição a essas substâncias é especialmente preocupante em crianças, já que o balanço hormonal é fundamental para um desenvolvimento saudável.
“Compostos como os parabenos, as benzofenonas, o triclosan e o triclocarban são frequentes em produtos relacionados ao cuidado pessoal. No geral, as concentrações das substâncias que foram maiores no Brasil foram aquelas relacionadas a esse tipo de produtos”, explica Bruno Alves Rocha, primeiro autor do trabalho, que lembra que o Brasil é um líder mundial na venda de produtos de cuidado pessoal.
Além disso, a presença dessas substâncias foi maior nas amostras de crianças das regiões Norte e Nordeste, o que condiz com os dados de vendas de cosméticos.
“Na região Norte e no Nordeste do Brasil o uso desses produtos é maior do que na região Sul”, diz Rocha. “Talvez por serem regiões mais quentes, as pessoas usam mais protetor solar, mas não sabemos”, especula.
Apesar do achado, os níveis de bisfenol A encontrados nas amostras brasileiras foram similares aos de países como EUA e Canadá, e muito menores do que os observados em Índia e China.
Saiba mais no Jornal da USP
As crianças brasileiras estão expostas a níveis altos de parabenos e benzofenonas. Estas são, duas classes de disruptores endócrinos: um tipo de molécula que não ocorre de forma natural no organismo e que pode alterar o equilíbrio hormonal. Eles estão presentes em cosméticos e produtos de cuidado pessoal. É a principal conclusão de um estudo publicado na revista Environmental International, realizado por pesquisadores da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto (FCFRP) da USP em colaboração com pesquisadores norte-americanos.
No estudo, os pesquisadores analisaram amostras de urina de 300 crianças entre 6 e 14 anos, coletadas em 2012 e 2013 nas cinco regiões do Brasil. Nas amostras foi avaliada a presença de disruptores endócrinos. Apesar de também afetarem a saúde dos adultos, a exposição a essas substâncias é especialmente preocupante em crianças, já que o balanço hormonal é fundamental para um desenvolvimento saudável.
Uso de cosméticos
Em comparação com estudos feitos em outros países, a principal peculiaridade da amostra brasileira foi a alta concentração nas amostras de urina de disruptores endócrinos que costumam fazer parte da formulação de cosméticos.“Compostos como os parabenos, as benzofenonas, o triclosan e o triclocarban são frequentes em produtos relacionados ao cuidado pessoal. No geral, as concentrações das substâncias que foram maiores no Brasil foram aquelas relacionadas a esse tipo de produtos”, explica Bruno Alves Rocha, primeiro autor do trabalho, que lembra que o Brasil é um líder mundial na venda de produtos de cuidado pessoal.
Além disso, a presença dessas substâncias foi maior nas amostras de crianças das regiões Norte e Nordeste, o que condiz com os dados de vendas de cosméticos.
“Na região Norte e no Nordeste do Brasil o uso desses produtos é maior do que na região Sul”, diz Rocha. “Talvez por serem regiões mais quentes, as pessoas usam mais protetor solar, mas não sabemos”, especula.
Bisfenol A
Outro disruptor endócrino que se destacou nos resultados foi o bisfenol A, uma substância utilizada na produção de alguns tipos de plásticos e resinas. Embora seu uso em mamadeiras seja proibido no Brasil desde 2012, o bisfenol A foi detectado em 98% das amostras. De acordo com Rocha, a exposição ao bisfenol A é grande. Dentre outros lugares, a molécula está presente em alimentos enlatados, garrafas de água, brinquedos, papel térmico e inclusive na poeira de ambientes fechados.
Apesar do achado, os níveis de bisfenol A encontrados nas amostras brasileiras foram similares aos de países como EUA e Canadá, e muito menores do que os observados em Índia e China.
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