Projeto
resgata e faz doação de plantas abandonadas em imóveis no Rio
O
Projeto Regador dá os “primeiros socorros” para as plantinhas que foram
deixadas para trás por quem muda de casa. Depois faz a doação em praças
da cidade.
Por Marion
Monteiro, G1 Rio
24/07/2018
05h00 Atualizado há 1 hora
Empresário
do setor de locação de imóveis, Rodrigo Souza, de 36 anos, perdeu a conta de
quantas vezes viu vasinhos com plantas secas serem deixados para trás por
moradores que mudaram de casa. Foi por isso que ele resolveu criar o Projeto
Regador, que resgata plantas abandonadas em imóveis no Rio de Janeiro para
serem doadas em locais públicos para quem gosta e tem tempo de cuidar.
O Projeto
Regador não tem nem um mês: foi lançado no último dia 3 de junho, um domingo,
na Praça São Salvador, no bairro do Flamengo, na Zona Sul do Rio de Janeiro. E,
para surpresa dos idealizadores, em menos de uma hora de exposição em uma
barraquinha, foram "adotadas" 28 plantas.
“O objetivo
é resgatar as plantas e doar para os que têm consciência de que é um ser vivo”,
afirma. E o primeiro passo antes da doação é fazer com que as plantinhas
recebam os “primeiros socorros”, como a rega e a troca de terra.
Depois de
conseguir 30 doações, desde antúrios até samambaias, o empresário levou, a
pedido do G1, o Projeto Regador a um local bem movimentado na Zona
Sul carioca: o Largo do Machado. Perto da estação do metrô e de uma unidade do
projeto Academia para a Terceira Idade, a barraquinha gerou muita curiosidade
de quem passava por lá.
Quem adorou
a iniciativa foi o servidor público José Reinaldo Carvalho dos Reis, que já tem
oito orquídeas cultivadas no seu apartamento, e diz que se sente muito bem ao
tratar delas. Para ele, o fato de ter uma adoção de plantas em plena praça já é
uma forma de mudar a rotina das pessoas e até conseguiu “barganhar” mais uma
muda. “Um pequeno ato como doar uma muda de orquídea torna o cotidiano mais
rico”, afirmou.
Ao passar
pelo local, Raimunda Maria Santos Silva também conseguiu uma plantinha e
elogiou o projeto. “É uma maneira de recuperar as plantas e passar para a
frente para quem gosta delas”, disse a técnica de enfermagem aposentada, que
ganha sempre uma muda dos amigos.
Já a
aposentada Sueli Alves de Souza e Silva é uma doadora de plantas e está
engajada no projeto. Ela está mudando de uma casa grande em Maricá, município
da Região Metropolitana do Rio, para um apartamento no Catete, na Zona Sul.
Para não deixar as plantas para trás, resolveu fazer doações de mudas para
outras pessoas e também faz replantio.
“Acho
importante o projeto. Quem ama plantas não consegue vê-las destruídas. Cuidar
de planta e pegar na terra acalma,” afirmou.
Rodrigo,
idealizador do projeto, conta que é um apaixonado pelas plantas desde a
infância em Alagoas, onde foi criado. “Lá, a gente sempre está em contato com a
natureza”, diz. Como a adesão vem crescendo, pensa agora em levar o projeto
para outros bairros do Rio e para pessoas de outros estados que estão abraçando
a ideia.
“A gente
quer pessoas que possam se organizar e divulgar o projeto em suas regiões e
conscientizar a sociedade sobre o abandono das plantas e que gere um mecanismo
de doação, de forma natural", diz.
O projeto
já conseguiu o resgate e doação de mais de 70 plantas, não só de apartamentos,
mas também de restaurantes, que descartam quando acham que elas já estão fora
dos “padrões estéticos” da casa.
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