O Estado de S. Paulo – Estatal chinesa CNPC fica com 20% do Comperj
Petrobrás terá 80% da joint venture, que foi criada com o objetivo de concluir as obras da refinaria e operá-la
Denise Luna / RIO
Após
um ano de estudos, a Petrobrás e a estatal chinesa CNPC definiram o
modelo que vai colocar em prática um acordo feito em julho do ano
passado para a retomada das obras do Complexo Petroquímico do Rio de
Janeiro (Comperj). Os chineses ficarão com 20% da refinaria, e a
Petrobrás com 80%.
A
mesma proporção na gestão será replicada em outra joint venture para
exploração e produção de petróleo na Bacia de Campos. Nessa área, os
campos estão com produção decadente apesar de ainda figurarem entre os
10 maiores campos produtores de petróleo do Brasil. “Com a assinatura do
Acordo Integrado, avançamos significativamente na parceria estratégica
com a CNPC para concluir a refinaria do Comperj e implementar um projeto
consistente para revitalização do campo de Marlim”, disse Ivan
Monteiro, presidente da Petrobrás.
Em
2010, Marlim Sul, Marlim e Marlim Leste – na Bacia de Campos – estavam
entre os maiores produtores de petróleo do País, posição que foi
“roubada” pelos campos do pré-sal. Com a revitalização que será
realizada pelas duas petroleiras, os campos terão sua vida prolongada e a
produção aumentada. Hoje, esses campos produzem a metade do que
produziam há oito anos.
De
acordo com a Petrobrás, a partir de agora, serão desenvolvidos estudos
de viabilidade para avaliação técnica do estado atual do Comperj, uma
das obras mais afetadas pela operação Lava Jato, e que teve sua
construção paralisada em 2015 com 80% do projeto pronto. Além de atrasos
nos cronogramas, suspeitas de sobrepreço nos contratos com construtoras
fizeram a estatal ter uma perda bilionária com o empreendimento.
Segundo o Tribunal de Contas da União (TCU), as perdas chegaram a US$
12,5 bilhões.
A
parceria com a CNPC inclui também a estimativa dos investimentos
necessários à conclusão da refinaria e sua avaliação econômica, que
serão conduzidas por um time de especialistas de ambas as empresas e
consultores externos, informou a estatal brasileira.
A
Petrobrás e a CNPC se uniram pela primeira vez no leilão do campo de
Libra, primeira oferta na região do pré-sal pelo governo brasileiro,
quando formaram o único consórcio que participou da disputa, em 2013. O
consórcio era integrado também pela Shell, Total e a chinesa CNOOC. Em
2017, as duas firmaram um Memorando de Entendimento para avaliar
oportunidades no Brasil e no exterior.
Em
março, a Petrobrás escolheu outra chinesa – a Shandong Kerui Petroleum –
para construir a Unidade de Processamento de Gás Natural do Comperj,
unidade fundamental para a produção do pré-sal.
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