segunda-feira, 8 de outubro de 2018

Quase 40% dos primatas brasileiros estão sob ameaça de extinção



Quase 40% dos primatas brasileiros estão sob ameaça de extinção

Estudo publicado em junho na revista científica PeerJ, realizado por um grupo internacional de 72 especialistas em primatas, entre os quais oito de instituições brasileiras, aponta que parte de 439 conhecidas espécies de primatas corre algum risco de extinção. Ocupando o terceiro lugar da lista de países ais ameaçadores, atrás de Madagascar e Indonésia, aparece o Brasil. Das 102 espécies que pertencem à nossa fauna, 39% fazem parte deste grupo. Em números absolutos, são 35 espécies sob o risco de desparecer de vez, mas em diferentes graus.

“Isoladamente, a extinção de uma espécie, seja animal ou vegetal, já deve ser encarada como uma perda irreparável. Mas o desaparecimento de qualquer espécie pode gerar muitos danos ao meio ambiente”, alerta o Biólogo Luiz Eloy Pereira, vice-presidente do CRBio-01 – Conselho Regional de Biologia – 1ª Região (SP, MT e MS). No Brasil, dos gêneros com espécies mais ameaçadas estão os Leontopithecus (micos-leões, 4 espécies) e o Brachyteles (dos muriquis, duas espécies).

Figuram ainda na lista as espécies Alouatta guariba guariba (bugio ruivo) e o Cebus kaapori (caiarara).


No caso dos primatas, Pereira explica que eles são de grande importância para o meio ambiente, pois desempenham algumas funções relevantes para a preservação ou manutenção da biodiversidade. “Muitos são responsáveis pela dispersão de sementes de várias espécies consideradas essenciais para a regeneração de florestas.

Caso esses primatas desapareçam, a falta desse serviço prestado por eles colocará também em risco a preservação desses biomas”, completa o vice-presidente do CRBio-01.


O estudo, aliás, indica que uma das principais causas para o risco de extinção dos primatas é justamente a perda de habitat, principalmente aqui no Brasil. “A grande maioria desses animais não tem uma segurança adequada”, diz Pereira. Ainda que no Brasil a porcentagem deles em unidades de conservação seja considerada relativamente alta, 38%.


“De qualquer maneira, para reverter esse quadro, uma das primeiras medidas de segurança a serem tomadas para garantir a sobrevivência dessas espécies deve ser a expansão dessas áreas protegidas”, conclui o Biólogo. (#Envolverde)

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