Turismo no
Ártico termina com morte de urso polar — e causa revolta
Animal
teria atacado e ferido um guarda que levava turistas de um navio de
cruzeiro para o arquipélago
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jul 2018, 11h54
Desfecho
trágico: urso polar morto por guardas de um cruzeiro no Ártico. (Gustav
Busch Arntsen/Governor of Svalbard/NTB Scanpix/Reuters)
São Paulo –
O degelo dos oceanos, associado às mudanças climáticas, tem permitido ao ser
humano acessar paraísos intocados no mundo por meio de novas rotas
marítimas. Para a indústria do turismo, isso é uma tremenda oportunidade
que, se explorada de forma irresponsável, pode ter consequências trágicas para
os dois lados, humanos e natureza.
No meio do
oceano Ártico, nas águas geladas entre a Noruega e o Pólo Norte, o
arquipélago de Svalbard é um desses cenários idílicos que atrai turistas
do mundo todo fascinados por sua paisagem gelada e vida animal única. Mas uma
foto de um urso polar tirada durante o fim de semana provocou uma onda de
revolta generalizada.
Deitado
sobre a areia, com a boca levemente aberta, ele tem uma mancha vermelha no
pescoço – foi morto a tiros. O animal teria atacado e ferido um guarda que
levava turistas de um navio de cruzeiro para o arquipélago, de acordo com as
autoridades norueguesas e a companhia de cruzeiros.
Em nota
publicada nas redes sociais, a empresa alemã Hapag Lloyd Cruises, que opera o
navio MS Bremen (que comporta até 155 pessoas), disse que dois guardas de seu
navio foram à ilha no sábado para inspecionar a região antes de liberar o
acesso aos turistas e um deles “foi atacado por um urso polar e ferido na
cabeça”. Segundo a empresa, o guarda foi levado ao hospital e está fora de
perigo.
“Em um ato
de legítima defesa, infelizmente, foi necessário que o urso polar fosse morto a
tiros. Lamentamos muito este incidente. A Hapag-Lloyd Cruises está muito
consciente de sua responsabilidade quando viaja em áreas ambientalmente
sensíveis e respeita toda a natureza e vida selvagem”, diz a empresa no post.
Apesar da
empresa alegar “legítima defesa”, o desfecho provocou uma onda de revoltas na
internet, com centenas de pessoas condenando o assassinato e o turismo de vida
selvagem na região.
Os ursos polares
são classificados como vulneráveis pela ONG ambientalista World
Wildlife Fund, situação agravada pelas mudanças climáticas, que ameaçam seu
habitat. Sua população global é estimada entre 22.000 e 31.000.
O
comediante britânico Ricky Gervais tuitou: “Vamos nos aproximar de um urso
polar em seu ambiente natural e depois matá-lo se ele ficar muito próximo. Idiotas”.
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