Anuário Estatístico do Patrimônio Espeleológico Brasileiro traz dados sobre 18 mil cavernas
Anuário Estatístico do Patrimônio Espeleológico Brasileiro acaba de ser lançado pelo Cecav, centro de pesquisa do ICMBio, vinculado ao Ministério do Meio Ambiente.
MMA
Parque Nacional Cavernas do Peruaçu no norte de Minas Gerais
Brasília – O Centro Nacional de Pesquisa e
Conservação de Cavernas (Cecav), do Instituto Chico Mendes de
Conservação da Biodiversidade (ICMBio), autarquia do Ministério do Meio
Ambiente (MMA), acaba de lançar a primeira edição do Anuário Estatístico do Patrimônio Espeleológico Brasileiro.
O estudo traz dados sobre 18.358 cavernas brasileiras registradas
no Cadastro Nacional de Informações Espeleológicas (Canie) até dezembro
de 2018. As informações são divididas por temas como localização, bacias
hidrográficas, biomas, solos, unidades de conservação, rodovias,
ferrovias, assentamentos rurais, mineração, petróleo, usinas
hidrelétricas e linhas de transmissão.
VISÃO AMPLA
“Por ser uma análise estatística, o Anuário nos ajuda na leitura
dos dados, a visualizá-los melhor, nos dando uma visão ampla de como
está distribuído o patrimônio espeleológico brasileiro frente a diversas
tipologias de empreendimentos e áreas protegidas”, diz o coordenador do
Cecav, Jocy Cruz.
O estudo pode ser útil para vários setores da sociedade que lidam, de forma direta ou indireta com cavernas, entre eles, gestores ambientais, academia, estudantes e empreendedores. No caso de licenciamento ambiental de empreendimentos potencialmente impactantes ao patrimônio espeleológico, o cadastramento dos dados no Canie é obrigatório.
Na sua primeira edição, o Anuário apresenta um crescimento
significativo das cavernas cadastradas. Em 2006, eram cerca de 4.500.
Isso se deve, segundo Cruz, ao fortalecimento do trabalho de catalogação
motivado pelo Decreto 6.640/2008, que regulamentou a gestão das
cavernas.
“O decreto obrigou que empreendimentos potencialmente impactantes
ao patrimônio espeleológico realizassem estudo espeleológico no âmbito
do licenciamento ambiental, o que praticamente triplicou o número de
cavernas conhecidas. Saímos de 6.280, em 2009, para 18.358 em 2018”,
explica ele.
DADOS
Em relação às unidades da federação, o Anuário mostra que Minas
Gerais, com 7.622 cavernas, é o estado brasileiro que detém o maior
número de cavidades naturais subterrâneas, seguido pelo Pará com 2.630,
Bahia com 1.367 e Rio Grande do Norte com 1.047.
No que se refere às regiões hidrográficas, os números apontam que
6.995 cavernas estão inseridas na bacia do Rio São Francisco e 4.531 na
bacia do Tocantins. Juntas, abrigam 63% das cavidades naturais. Já as
regiões hidrográficas do Uruguai e Atlântico sul possuem a menor
quantidade de cavernas, não passando de 3%.
Com relação à localização por biomas, o estudo constata que 9.177
das cavernas conhecidas no Brasil encontram-se no Cerrado, o que
equivale a praticamente metade delas. Já o Pampa e o Pantanal, juntos,
têm menos de 1%, com 59 e 16 cavernas, respectivamente.
No cruzamento de dados do Canie com as informações de unidades de
conservação (UC) federais, estaduais, municipais e particulares,
observou-se que, das 2.644 UCs, apenas 215 delas, ou seja, 8% abrigam
6.380 das cavernas. Dessas, 54% encontram-se em unidades classificadas
como de uso sustentável e 46% de proteção integral.
MAPA
O Cecav também acaba de lançar o Mapa de Ocorrências de Cavernas Brasil. O material foi elaborado a partir da sobreposição da base de dados do Canie de 18 de abril de 2018 e contém 17.875 cavernas.
O mapa traz a visualização de cavernas cadastradas no Brasil e
ainda apresenta o tipo de solo e rocha em cada uma delas. O usuário
pode, ainda, fazer o download no formato pdf e os dados vetoriais com as
regiões de ocorrência de cavernas em formato shapefile.
Por: Ascom MMA, com informações do Cecav/ICMBio/MMA.
in EcoDebate, ISSN 2446-9394, 11/01/2019
"Anuário Estatístico do Patrimônio Espeleológico Brasileiro traz dados sobre 18 mil cavernas," in EcoDebate, ISSN 2446-9394, 11/01/2019, https://www.ecodebate.com.br/2019/01/11/anuario-estatistico-do-patrimonio-espeleologico-brasileiro-traz-dados-sobre-18-mil-cavernas/.
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