sexta-feira, 2 de agosto de 2019

Bolsonaro questiona assassinato, mas MPF abre investigação para apurar morte do cacique Emyra Wajãpi

Bolsonaro questiona assassinato, mas MPF abre investigação para apurar morte do cacique Emyra Wajãpi

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Emyra Wajãpi
A morte do líder indígena virou notícia nos jornais do mundo inteiro e a ONU publicou nota em repúdio ao cenário de violência no território da etnia Wajãpi, no Amapá. No entanto, o presidente Jair Bolsonaro questionou o assassinato.

A declaração vai na contra-mão do que vem alertando órgãos internacionais a respeito da violência contra ativistas ambientais e povos tradicionais que vivem em terras protegidas. De acordo com o relatório anual da Global Witnesse, publicado nesta terça-feira (30), o Brasil é o quarto país mais perigoso do mundo para os defensores do meio ambiente: foram pelo menos 20 vítimas só em 2018.

Os indígenas vêem uma relação direta entre o apoio declarado do governo federal aos mineradores, e o acirramento dos conflitos em terras protegidas. Depois da morte do cacique Emyra Wajãpi, de 68 anos, as famílias estão amedontradas:
"Todas as famílias wajãpi estão com medo de sair para caçar, pescar e buscar outras coisas e necessidades", diz Jawaruwa à DW Brasil, direto da aldeia Aramira, uma das 49 localizadas dentro da TI. "Os invasores estão escondidos aqui dentro", declarou Jawaruwa Wajãpi à DW Brasil.
Segundo nota divulgada pelo Conselho das Aldeias Wajãpi (Apina), após uma reunião com a Fundação Nacional do Índio (Funai), os policiais alegaram não ter condições de dar continuidade às buscas pelas dificuldades de deslocamento e alimentação.
"O delegado falou que vai estudar a região ao redor da aldeia através de imagens de satélite, para verificar se tem sinais de garimpos. Se as imagens mostrarem sinais, vão fazer sobrevoos para verificar", diz a nota.

Jawaruwa, um dos responsáveis para que a notícia da morte do cacique tivesse repercussão mundial, informou que os indígenas continuarão procurando os invasores mesmo sem a ajuda da polícia.
O Ministério Público Federal anunciou, nesta terça-feira, que abriu investigação, por meio dos procuradores da República no amapá, para apurar a morte de Emyra Wajãpi. A informação foi divulgada por meio de uma nota pública da Câmara de Povos Indígenas e Comunidades Tradicionais, braço do Ministério Público responsável pelas questões relativas aos indígenas.

Pedidos de Socorro e de Justiça aos povos indígenas

Entenda a gravidade do caso e vamos clamar por JUSTIÇA!

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