Sociedade civil se manifesta contra política ambiental de Bolsonaro em Madri
Cristiane Prizibisczkiquinta-feira, 12 dezembro 2019 17:55
O documento, de oito páginas, apresenta uma análise crítica das tendências recentes e fatores de desmatamento e queimadas na Amazônia, bem como as consequências para a crise climática global e outros impactos sociais e ambientais.
“O que se constata é que o governo Bolsonaro – com a falsa justificativa de que por trás das manifestações de preocupação com a Amazônia existiriam interesses contrários à soberania brasileira na região – está colocando em curso um plano articulado de destruição da floresta, incentivando o desmatamento, as queimadas, a devastação e o saque dos seus recursos naturais por grileiros, madeireiros e garimpeiros ilegais, incluindo o ataque aos defensores da floresta, considerados por ele como empecilhos para o alcance de seus interesses”, diz a declaração.
Ao conclamar o governo para que respeite a Constituição, leis e acordos internacionais assinados pelo Brasil na área ambiental, os signatários da carta listam uma série de medidas a serem tomadas pelo Palácio do Planalto para o enfrentamento da crise, como a retomada dos processos de demarcação de terras indígenas e quilombolas, transparência nos dados oficiais que possam auxiliar no combate ao desmatamento e queimadas e retomada do Fundo Amazônia, por exemplo.
A declaração também apresenta um apelo à ação, destinado a mobilizar a sociedade brasileira e a comunidade internacional para que adotem medidas concretas em defesa da Amazônia e dos direitos de seus povos.
“Sabemos que esses desafios somente poderão ser enfrentados e superados por meio de uma maior articulação e colaboração entre os diversos setores da sociedade brasileira e internacional. Assim, as redes, movimentos sociais e outras organizações civis abaixo assinadas conclamam os diversos níveis de governo, a sociedade brasileira e a comunidade internacional para que, com a urgência que a situação requer, seja estabelecida uma agenda de ações articuladas e efetivas – parte delas acima descritas – para reverter o processo de devastação em curso de um bioma essencial para a qualidade de vida de seus cidadãos e estratégico para a integridade do sistema climático global.”
Além de Marina Silva, assinam do documento os senadores Alessandro Vieira (Cidadania/CE), Fabiano Contarato (REDE/ES), Eliziane Gama (Cidadania/MA) e Randolfe Rodrigues (REDE-AP), dezoito deputados federais de vários partidos e estados, e organizações como IPAM (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia), ISA (Instituto Socioambiental) e WWF -Brasil.
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