quinta-feira, 18 de agosto de 2022

Pesticidas provocam lesão no cérebro das abelhas e fazem com que elas não consigam voar em linha reta

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Pesticidas provocam lesão no cérebro das abelhas e fazem com que elas não consigam voar em linha reta



Pesticidas provocam lesão no cérebro das abelhas e fazem com que elas não consigam voar em linha reta
Pesticidas provocam lesão no cérebro das abelhas e fazem com que elas não consigam voar em linha reta

Já eram muitos os danos conhecidos causados pelos pesticidas em abelhas, como por exemplo, afetar a capacidade de polinização e reprodução. Agora, um novo estudo acrescenta mais um ainda: a exposição a essas substâncias provoca lesões no cérebro desses insetos e faz com que eles percam a habilidade de voar em linha reta.

A descoberta, feita por um grupo de pesquisadores de universidades do Reino Unido, Estados Unidos e Canadá, foi relatada em um artigo científico, divulgado na quarta-feira (17/08), na publicação Frontiers in Insect Science.

“As abelhas usam informações de movimento visual de campo amplo para calcular a distância que voaram da colmeia e essa informação é comunicada às demais operárias através da dança de seu corpo. Inseticidas para tratamento de sementes, incluindo neonicotinóides e novos como o sulfoxaflor, apresentam efeitos prejudiciais em abelhas selvagens e manejadas, mesmo quando presentes em quantidades subletais”, alertam os autores do artigo.

Segundo os cientistas, que fizeram testes em laboratórios com diversos grupos de abelhas, os efeitos do contato com os pesticidas incluem déficits na navegação de voo e capacidade de retorno e diminuição da sobrevivência das abelhas operárias.

O mesmo já tinha sido detectado anteriormente com gafanhotos, mas agora também foi comprovado que o mesmo ocorre com abelhas, polinizadoras importantíssimas para a produção de alimentos: cerca de 80% das plantas se reproduzem por meio da polinização.

Através de análises com técnicas moleculares, notou-se ainda que as abelhas expostas aos pesticidas apresentam um grande número de células mortas em partes dos lobos ópticos do cérebro.

“Os inseticidas neonicotinóides e sulfoximina ativam os neurônios no cérebro do inseto e nem sempre são reciclados com rapidez suficiente para evitar a toxicidade”, explica Rachel Parkinson, cientista da Universidade de Oxford e principal autora do estudo. “Para entender completamente o risco desses inseticidas para as abelhas, precisamos explorar se os efeitos que observamos também ocorrem nas abelhas que voam livremente. A maior preocupação é que – se as abelhas não conseguirem superar qualquer deficiência durante o voo – pode haver profundos efeitos negativos em sua capacidade de forragear, navegar e polinizar flores silvestres”.

Em 2018, a Europa proibiu uso do neonicotinóide, o agrotóxico mais usado no mundo todo. O grande diferencial dessa sustância para outros tipos é ela ser sistêmica, ou seja, se espalhar por toda a planta: folhas, flores, ramos, raízes e até, néctar e pólen. Em geral, ela é colocada na semente e a partir daí, toda a planta fica com vestígios dela.

*Com informações adicionais do blog Frontiers Science News

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Foto: domínio público/pixabay

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