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Cientistas querem ‘ressuscitar’ o extinto tigre-da-tasmânia e assim sonham em trazer à vida outras espécies perdidas
Em setembro do ano passado, escrevi sobre como o extinto tigre-da-tasmânia voltou à vida num breve vídeo, com pouco mais de 60 segundos. Foi quando um filme de 1936, com Benjamin, o último indivíduo que restou da espécie, foi remasterizado e colorido.
O tigre-da-tasmânia (thylacine) foi declarado oficialmente há 86 anos. Tendo como habitat a Tasmânia, uma ilha no extremo sul da Austrália e também, a parte continental do país, na verdade, esse marsupial parecia mais um cão selvagem do que um tigre, mas ganhou seu nome por causa das listras que possuía nas costas e no rabo.
Assim como outras espécies endêmicas australianas, que já não existem mais, o tigre-da-tasmânia começou a caminhar para a extinção após a chegada dos colonizadores europeus. Eles estimularam a caça desses animais, que também foram impactados pela introdução de predadores, perda de habitat e doenças.
Agora, uma nova notícia e bastante polêmica, que parece mais saída de um filme de ficção científica (ou terror), revela que cientistas da Universidade de Melbourne querem “ressuscitar” o tigre-da-tasmânia A instituição fez uma parceria com uma companhia de engenharia genética de Dallas, nos Estados Unidos, para tentar gerar, em laboratório, um indivíduo da espécie usando tecnologia de edição de DNA.
“Podemos dar um grande salto para conservar os marsupiais ameaçados da Austrália e enfrentar o grande desafio de ‘desextinguir’ os animais que perdemos”, diz Andrew Pask, principal responsável pelo projeto Thylacine Integrated Genetic Restoration Research (TIGRR) Lab. “Muitos dos desafios poderão ser superados por um exército de cientistas trabalhando nos mesmos problemas simultaneamente, conduzindo e colaborando em muitos experimentos para acelerar as descobertas. Com essa parceria, agora teremos o exército que precisamos para fazer isso acontecer”.
Segundo o pesquisador, os esforços se concentrarão no estabelecimento de tecnologias reprodutivas adaptadas aos marsupiais australianos, como fertilização in vitro e gestação sem “barriga de aluguel”.
“Estamos buscando o desenvolvimento desse marsupial desde a concepção até o nascimento em um tubo de ensaio, o que é concebível, dado o curto período de gestação dos marsupiais infantis e seu pequeno tamanho”, explica Pask.
De acordo com a Colossal, a empresa baseada no Texas, com a edição de genes CRISPR – o corte e edição de sequências de DNA -, será possível produzir um código genético a ser desenvolvido em organismos vivos.
“Com essa parceria, acredito que em dez anos poderemos ter nosso primeiro filhote de tigre-da-tasmânia vivo após quase um século da extinção da espécie”, prevê o professor da Universidade de Melbourne.
A comunidade científica internacional enxerga a notícia com ceticismo. Muitos criticam o projeto e dizem que ele seria apenas um sonho de ficção científica ou a tentativa de gerar atenção para os envolvidos.
Benjamim, o último indivíduo da espécie thylacine, morto em 1936
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Foto: divulgação Universidade de Melbourne
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